O
nosso corrosivo amor universal
Você
é a noite cheia de mistérios quanto de perigos, linda e impossível de
desvendar, a não ser que haja coragem suficiente para arriscar a vida tentando.
Você
é o conjunto de luzes da cidade vistas do topo da montanha mais alta. São os
seus olhos de pérolas que prometem incontáveis prazeres, mas que cobram muito
caro através de inacabáveis desgraças.
Você
é o vento morno que sopra constante trazendo o perfume das flores que inebriam
o mais insensível dos homens, destruindo as suas vontades e acabando com todo o
controle que ele lutou desde jovem para manter, transformando-o em frangalhos,
vítima do álcool e das drogas, um mero resquício de ser humano.
Você
é a madrugada voraz que arranca os segredos em meio aos suspiros, que toma
posse das almas hipnotizando aos corpos, que desfalecem suados e felizes,
embora sugados completamente em seu orgulho e confiança.
O
ideal de beleza, de amor e suicídio, de entrega total por uma recompensa
irreal, que torna tolos os mais bem-sucedidos intelectualmente e os mais
espertos de uma maneira empírica, todos instintos até o último fio de cabelo.
Você
é o eclipse que tenta burlar a defesa que eu represento, confundido o dia com a
sua sombra poderosa, embora não por muito tempo e durante longos anos de
espaço. O seu poder é imenso, e durante esse tempo consegue enganar os meus
poderes para arranhar inocentes, destruindo-lhes a vida por amor incontido.
Eu
sou o dia, responsável por clarear os pensamentos confusos que você provoca com
o meu calor torrencial e iluminação potente, que brilha e encanta tanto quanto
você. Os meus poderes recuperam derrotados de amor e os impulsiona a continuar
a vida por tanto tempo quanto puderem, sempre tentados por sua chegada
matreira, suave e delicada, irresistível.
Até
para mim, durante esses eclipses, fica difícil resistir aos seus encantos que
formam mártires. Separados somos eficazes, enquanto o meu poder superar a atração
intrínseca com a qual devo viver, como um renegado.
Eu
sei que um dia nós dois nos unirmos, serão os fins dos tempos! Nada sobrará dos
mortais, dos planetas, meteoros e estrelas. Apenas o nosso corrosivo amor
universal!
Marcelo Gomes Melo
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