A
calma com a qual a amo é o oposto da paixão que compartilhamos. De dia somos
calmaria iluminada pelos raios dourados do sol na água morna de nossa praia de
desejos, e à noite nos transformamos com tempestades furiosas batendo contra as
pedras, a espuma branca desnudando nossas almas sob raios e trovões que
representavam nossos prazeres sendo satisfeitos violentamente, usando nossos
corpos como condutores de toda energia sexual do planeta!
E
a tranquilidade como falamos através das mãos dadas, dos olhares ternos e dos
silêncios cúmplices eternizava cada segundo que passávamos juntos, atravessando
o abismo das dúvidas através de uma velha ponte de madeira prestes a ruir,
embora confiantes com a proteção um do outro, a divisão dos medos e a
multiplicação da coragem.
Do
outro lado o prêmio que nos aguardava era mais do mesmo: o amor que dividíamos
sem escolta, sem escudos e sem individualismos. Era a fórmula com a qual
resistíamos aos tropeços e vencíamos os piores dias, quando o mundo parecia
conspirar contra nós. A força do amor que tínhamos iluminava a neblina espessa
do pântano das dores, e mesmo que saíssemos chamuscados, saíamos juntos. E
juntos formávamos a equação da felicidade eterna.
Marcelo Gomes Melo
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