Por que há um milhão de definições de amor
Lá,
para lá de Mauá, há algo que todos
costumam incessantemente procurar. Sem parar. Em seus cérebros atingidos pelas
dificuldades rotineiras, pelas listas de obrigações e pelas cobranças sociais de
bem-interagir, ainda assim está lá, no centro da imensa sala do pensamento,
como uma lâmpada da qual emana uma luz fortíssima, capaz de ofuscar a qualquer
outra coisa tida como prioritária, porque é a única situação libertadora para
os que a buscam; o próprio Santo Graal, o cálice que despejará sobre todos os
maiores benefícios derivados da razão da procura: O amor.
Os
modos de busca dependem de cada um; lentamente, ao anoitecer, ao som romântico
das ondas do mar quebrando contra o píer... Ao som violento e brusco que chacoalha
os neurônios obrigando-os a se defender; e milhares de outros estilos, planos
traçados conscientemente ou não, de acordo com a definição pessoal do que
buscam. Os prazeres serão eternos. Os benefícios, imortais!
Há
incentivo o suficiente para que continuem, cada um a seu modo, estoicamente, ou
aos urros inacabáveis, até que encontrem. Atribulações são o preço a ser pago
para a mera possibilidade de encontrar o tal amor, porque haja sofrimento, dor,
tristeza e engano. E quando esse engano surge é sinal de que foi um amor falso,
portanto, decepcionante.
Os
que ainda contém energia para novas tentativas continuarão expostos às
perfídias, ferimentos maiores do que as benesses alcançadas eventual e
rapidamente. Os que desistem, morrem, murcham, ficam cinza e viram cinzas.
Dos
que encontraram nunca mais se falou, nada se sabe sobre esses. Sumiram ou
ganharam um mundo só deles para existir em paz, sem as armações que destruam o
cristal que encontraram para cuidar?
A
dificuldade principal é que o Amor não é o mesmo para todos. Ganha cores
diferentes, sensações diferentes, formas diferentes... E encontrar o seu nesse
caos indestrutível, repleto de truques ilusórios para empurrar contra o vazio
profundo e escuro da imensidão, o limbo, é quase impossível. Por isso a regra
existente, printada em pedra milenar resiste e é clara. Jamais desistir. Escolher
acreditar.
Marcelo
Gomes Melo