Trabalho
realizado lindamente pelos astros e estrelas das terceiras séries do ensino
médio, recitando poemas de autores famosos e conhecidos, e/ou de produção
própria, escolhidos com bom gosto e capacidade. Valeu, rapaziada! Mandaram
extremamente bem, como sempre. Estamos juntos!
Inicia-se
em 1893, no Brasil, com a publicação de Missais (prosa) e Broquéis (poesia),
ambos de Cruz e Souza, indo até o início da Semana de Arte Moderna em 1922.
O Simbolismo reflete um momento histórico
complexo, transição para o século XX, a definição para um novo mundo, que se
consolidaria a partir da segunda década.
Entender o mundo racionalmente se torna
muito difícil em ace a uma nova realidade que rejeita as correntes
materialistas e racionalistas, enquanto o processo industrial burguês evoluía a
passos largos. O Simbolismo, marcado por frustrações, angústias, falta de
perspectiva, passa a ser ideal, por afastar-se do lado objetivo para buscar o
mundo subjetivo.
Características:
-
Nega o Realismo e o cientificismo;
-
Valoriza as manifestações metafísicas e espirituais;
-
Volta-se para a realidade subjetiva, sem ser piegas como o Romantismo; busca a
real essência do ser humano, a alma;
-
Opõe-se à matéria, enaltecendo o espírito;
-
Procura-se a sublimação, só alcançada pela morte;
-
O inconsciente, o subconsciente, os estados d’alma, a busca do que é vago,
diáfano, sonho, loucura;
-
A linguagem vem carregada de símbolos, contrariando a linguagem impessoal
realista. A musicalidade é marcante, baseando-se no Simbolismo francês;
Tudo é sugestão no Simbolismo. As
palavras transcendem o significado. Usa-se sinestesias (apelo a mais de
um dos sentidos. Cor + som, por exemplo):
“Tem cheiro de luz, a manhã nasce...
Oh, sonora audição colorida, do aroma!”.
(Alphonsus
de Guimaraens)
E
das aliterações (Repetição de fonemas para sugerir um som):
“Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices vorazes
Dos ventos vivas, vulcanizadas...”.
Produção literária:
Cruz
e Sousa:
João da Cruz e Sousa, catarinense filho
de escravos, portanto tendo nascido escravo, teve a família alforriada no
começo da Guerra do Paraguai. Com ajuda do seu antigo dono estudou no Liceu
Catarinense. Casou-se com Gavita Rosa Gonçalves, com quem teve quatro filhos,
todos falecidos prematuramente. A esposa enlouquece. Tuberculoso e pobre, Cruz
procura refúgio no interior de Minas Gerais, onde falece.
É a figura mais importante do Simbolismo
brasileiro. Sua obra apresenta uma evolução importante, tornando-se mais
universalizante. O que de início se referia à angústia e sofrimento do homem
negro (referências pessoais) para o sofrimento e angústia do ser humano.
Em suas poesias vê-se a sublimação, a
espiritualidade, musicalidade, com uma obsessão pela cor branca, pela alvura.
Alphonsus de Guimaraens
Aos 18 anos assiste à morte de sua
noiva, Constança, fato que estará presente na sua obra poética e na vida. O
triângulo de suas obras é: Misticismo, Amor (por Constança e pela Virgem Maria)
e Morte.
Considerado pela crítica como o poeta
místico, pelo exagero com que aborda o assunto, espiritualizando os poemas e o
amor, e pela autocompaixão.
Soneto
(Alphonsus de
Guimarães)
“Hão
de chorar por ela os cinamomos,
Murchando
as flores ao tombar do dia.
Dos
laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se
daquela que os acolhia.
As
estrelas dirão: - Ai, nada somos,
Pois
se ela morreu silente e fria...
E
pondo os olhos nela como pomos,
Hão
de chorar a irmã que lhes sorria.
A
lua, que lhe foi carinhosa,
Que
a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre
lírios e pétalas de rosa.
Os
meus sonhos de amor serão defuntos...
E
os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando
em mim: - Por que não vieram juntos?”.
Professor Marcelo Gomes Melo
O terceiro bimestre está à porta, estudantes paulistas! Essa é a hora da onça beber água! Ou recupera
agora no oásis das notas perdidas, ou diz porque não consegue!
Por favor concentrem-se, encontrem o tempo certo para estudar e o tempo certo para brincar, ainal, vocês
são responsáveis por sua própria sorte. Ninguém poderá viver as suas vidas, nem inserí-los socialmente
como cidadãos aptos a exercer um trabalho digno e demonstrar a própria capacidade; essa é a hora!