Um
amor completamente criminoso
Toda
vez que eu lhe sorria, ela enrubescia. Quando eu me aproximava, ela enrijecia.
Os seus olhos, sim, brilhavam, e isso eu via, mas ela escondia, fazia cara de
brava e me divertia.
E
se eu piscava o olho, ela quase corria. Eu me afastava e no meio da caminhada,
virava e sorria, o que a fazia parar, ela se distraía. Toda vez que me falava,
frieza ela fingia, no corredor, se eu a encurralava, ela se afligia, com um
lindo olhar em chamas, me repreendia. E com os lábios entreabertos, ela nem
percebia o quanto isso me abalava, nem sabia que me oferecia.
Para
longe me empurrava, e quando me segurava, ela se perdia, o seu olhar no meu
firmava, e eu estremecia; com a coxa entre as coxas dela, eu me atrevia.
Correndo os riscos a abraçava, e ela não resistia, então a gente se beijava, o
mundo não existia!
Se
eu era dela, ela era minha, era o que acontecia. Nenhuma palavra se dizia, isso
não carecia, ambos fomos atingidos, abalroados, incinerados, destruídos,
destinados a um amor completamente criminoso.
Marcelo
Gomes Melo
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