Os
guerreiros que mantêm a fé intacta
As
poesias são encantadas, não têm como incuti-las em qualquer classificação,
gênero ou qualificação que não seja a individual. Assim que registrados em
papel, os versos obtêm vidas próprias, e serão entendidos não da maneira que o
poeta imaginou, mas da forma como cada pessoa os entendem, de acordo com o seu
conhecimento de vida e de suas necessidades pessoais, as angústias pelas quais
passaram ou a felicidade que um dia se incrustou em seu peito ficando para
sempre.
Os
versos não são julgados pela beleza de sua construção, pela correção acadêmica
ou riqueza léxico semântica. Não importa como foram escritos, soltos como
vagalumes na noite do poeta, para iluminar com sorrisos, jocosos ou tolerantes,
aliviando o coração de quem nem sabe o porquê.
Os
poemas ingênuos, os sangrentos, os exóticos, os loucos, desprovidos de rimas e
de sentido aparente; os inocentemente construídos e os rebuscados, todos
alcançam o mesmo status no céu das poesias:
estrelas.
A
liga que fortalece os sentimentos, que instiga a revidar dos percalços diários,
que são os mais simples, que passam como sombras em todos os ambientes, e
influenciam como antes mesmo que atualmente não o sejam reconhecidos ou mesmo
convocados. Em conversas sociais para desfrutar filosoficamente dos seus
infinitos sentidos, enriquecendo a todos de forma exemplar e eterna.
O
mundo mudou, a sociedade mudou, os poetas são rejeitados à margem da sensatez,
porque é o que lhes cabe. Mudar o mundo com os seus versos simplórios ou
perfeitos garante a imortalidade do pensamento humano e os seus devaneios
insanos que acabam por se tornar realidade em meio aos infortúnios e épocas de
alegria; os poetas são os guerreiros que mantém a fé intacta, a paixão em chamas, o coração pulsando e o sangue
correndo nas veias. Os seus versos são as molas que impulsionam as mudanças,
fortalecem corpo e alma e eternizam as lendas.
A
poesia é, e sempre será a fonte de todos os pensamentos, e acontecerão pesar de
tudo, informando ao mais prático e descrente dos seres, e manejando-lhes o
coração e a mente. Poesia é ópio e é cura, para sempre.
Marcelo
Gomes Melo
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