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A rainha tem um bebê!

  

           Ela tem um bebê. Um garoto lindo e forte, faminto e curioso, alguém que veio com os seus olhos negros como o oceano à noite para iluminar a vida, anunciando, a partir daquele momento uma vida mais feliz, tranquila e repleta de esperança!
          Um bebê de mares tormentosos cercando um ambiente maravilhoso, mas cheio de dificuldades intrínsecas, superadas com tanta simplicidade que enternece a alma de todos os que se dão conta de que o mundo é lindo, uma parte dos seus habitantes é o que atrapalha.
          Ela tem um bebê! É uma fada que sabe cuidar com tanto carinho que emociona. O sorriso dela abarca o universo e abençoa o neném, que se sente aconchegado em nuvens de algodão doce; a voz morna de mamãe que encanta e completa o mundo fortalece a criança que devolverá em paixão todo o esforço voluntário para torna-lo feliz e amado incondicionalmente.
        Esse bebê lindo sorri para a mamãe, lhe acalma os terrores, faz correr por suas veias novos desejos de se transformar em alguém melhor, saudável, reconhecer o quanto sempre foi amada e que o amor costuma exercer o poder de fazer brilhar, fortalecer e ensinar novos caminhos, antes não percebidos ou não reconhecidos.
          Ela tem um bebê! Amor trocado sem dúvidas, canções que embalam o sono reparador, a arte de flutuar pelos locais sem se deixar abalar, mundo próprio que enleva e tudo vira sonho. Ela é linda e tem um bebê! Ambos, em sua caminhada espalharão flores e perfume inebriando aos que a amam incondicionalmente.
          Bênçãos ao príncipe que, nos braços de sua rainha passeia impoluto pelo Arco do Triunfo, o amor em forma de gente!



Marcelo Gomes Melo



“Cabra do norte não presta”



         O pau cantando no boteco do Corrupião e o cara continuava sentado em seu lugarzinho, bebendo a sua cervejinha como se nada estivesse acontecendo.
          De um lado, munidos de faca e garrafas quebradas, aos gritos e ameaças, um grupo defendia o repúdio à discriminação racial, social e regional provocada por uma fala descuidada e ofensiva de um cínico qualquer. Os adversários, com copos vazios e cadeiras empunhadas faziam a resistência, prontos para a briga feroz, argumentando que a frase dita não agredia nem discriminava a ninguém, portanto, lutariam, chegariam às vias de fato contra acusações exageradas e levadas a sério por conta de excesso de sensibilidade, prejudicando a liberdade de expressão.
          Era a demonstração cabal de que o mundo polarizado atingia os lugares mais recônditos, e os seres humanos estavam cada vez mais intolerantes, tornando a vida em sociedade um perigo permanente. Qualquer coisa pode ofender. Seria o fim das piadas, dos apelidos, do tratamento amistoso que caracteriza o brasileiro comum?
          Agora as relações humanas estavam esfriando e a dificuldade em fazer amizades, ampliar os círculos de companheirismo, facilitados com o advento das redes sociais agora era um tiro pela culatra, com as posições políticas e opiniões pessoais colocando lenha na fogueira, polarizando a vida e derrubando os posts de flores e frases de autoajuda, hipocritamente alternados com as brigas violentas, ameaças e assassinato de reputações.
          O Corrupião, dono do bar, desesperadamente tentava separar a briga e evitar mais prejuízos, arriscando o pescoço para atuar como barreira entre os grupos inflamados. Ele tentava ser eloquente e convencer a todos com o seu linguajar informal permeado de palavras de baixo calão, mas parecia complicado, no momento.



          No auge do terror, alguém se lembrou do cara calmamente sentado em um canto com o seu copo de cerveja e bradou em tom de acusação que ele era o responsável pelo início do ódio mortal! Todos pararam com os insultos e se viraram em direção a ele. Corrupião o interpelou bruscamente:
          - Você começou os insultos e está aí tranquilo. Não tem vergonha na cara?! Foi você quem afirmou em alto e bom som que “cabra do norte não presta”!
          - Sim! O que tem a dizer sobre isso? – perguntaram membros dos dois grupos, irados – Vamos, fale! Por que cabra do norte não presta?!
          E ele respondeu, entre surpreso e irônico:
          - Dizem que não dá leite...



Marcelo Gomes Melo
 



Para ler e refletir

O momento em que não serão necessários

    Dói. E invade destruindo espaços fechados. Abertos. O silêncio dói. Tanto quanto o barulho irritante As palavras malditas, urrad...

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