Você
urrava e você gemia, na floresta dia, noite, dia
Você
fingia que sabia, você olhava, mas não via
Escrevia,
mas não lia, se perdia na poesia
Morto
de medo nas raízes das centenárias árvores
Sorvia
o mais puro oxigênio e o suor escorria
Quase
alucinado, alienado aguardava o que podia
Tentaria
sobreviver, tentaria
A
sua vida se esvaia
Atormentado
como um detetive em um mangá sórdido
Vitimizado
mesmo sendo vilão, o algoz
Da
natureza não via como escapar
Você
tentava implorar, mas a sua voz não saía
Não
saber aumentava a ansiedade
Torpor
era tudo o que você pedia
Perder-se
na poesia, morrer do jeito como vivia
Viver
do jeito que morreria
Ocultando
a tentativa de aguardar o que jamais viria
Jamais
viria...
Marcelo
Gomes Melo
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