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As línguas que flertam com o eterno



A língua dela tão diferente da minha, ainda assim competia, macia, não media o que dizia ou repetia o que ouvia. O misturar das línguas sadias com suas gírias, e o modo peculiar de expressar o que se queria, desejos, pedidos, exigências, urgências...
A língua minha faminta como a dela, se encontravam em situações nas quais ficavam tímidas, não diziam, nem pediam, não ousavam até que se tocavam. Era especial como só os polos diferentes o são, e se atraem, ensinam maneiras sensíveis, nada sensatas, aprendem instintivamente, uma vez mais e novamente, contando segredos, indo ao final dos encantos, dividindo paladares, tocando com fúria de tempestades passageiras, degustando através de palavras maneiras, substantivos, adjetivos, conectados por artigos e conjunções milenares.
Essas línguas santificadas exploram lugares, multiplicam sabores, enriquecem o corpo, a alma, o intelecto, expandem os conhecimentos, instigam desafios...
Quero continuar a tocar a minha língua na dela, a liquidificar os nossos anseios sem discriminação, quando alcança fácil o coração e nos faz querer mais.
Não há globalização mais gloriosa do que aquela que goza, que entra em erupção facilmente, ladeando o perigo, cheia de convicção, esticando os corpos no limite da tensão, como cordas de violão que desenvolvem um cantar suave, sereno, que aumenta a pressão e se torna mais e mais urgente, pesado, insistente, levado, incoerente, molhado, indecente, aumentando vocabulários, rompendo limites, saciando os desejos além-mar como se houvesse apenas uma longa aldeia e nossa casa à beira do rio fosse a cama mais macia, que um dia seria a bateria que recarregaria os nossos sonhos.
Poliglotas do amar, exploramos através do falar, do pensar, do querer e ganhar todas as vontades que através das línguas se tornam verdades, e nós dois, viajantes da vida, sempre dispostos a alcançar novos níveis, jamais recusamos a chance divina de gostar, de aprender, dividir e depois descansar com um sorriso nas nuvens e uma carícia no pensamento, até o momento de recomeçar o intercâmbio ilimitado de quem flerta diariamente com o novo, o prazeroso, o eterno.


 Marcelo Gomes Melo

 


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