As
ferramentas de autodestruição apresentadas como poder evolutivo
Outros
mundos, outras perspectivas, outras vidas diferentemente vividas, outras
sanhas, ambições belicosas, novidades inconstantes, influenciadas pelo poder de
atração de outros planetas. A partir das luzes, da ventania, do calor e das
novas maneiras de poesia, a vibração move as montanhas invisíveis no pensamento
retrógrado, desde que tal pensamento possa ser definido objetivamente. Talvez
não seja possível com intensidade porque o que é novo rapidamente envelhece, e
as novas ideias chegam como um rolo compressor, não importando que sejam mais
fracas do que as anteriores.
O ser humano é um processo de corrosão
natural, e a sua evolução é enganosa, a cada geração ficam mais fracos e
sensíveis, causando na espécie maiores dificuldades de sobrevivência através da
sua própria maior qualidade, a de adaptar-se às mudanças bruscas para resistir.
Enquanto cria novas tecnologias para
avançar sobre a natureza, obtendo a falsa sensação de que está no comando, a
humanidade enfraquece a si mesma física e mentalmente através das invenções que
cultiva e espalha indiscriminadamente. Nada que aparentemente facilite a
existência hoje em dia, torna o ser humano mais forte e focado com a comunhão
milenar com a natureza. Estariam trabalhando contra os princípios de sua
existência?
As sensações podem ser fabricadas e
usadas contra todos os deficientes de estima própria, controlando-os e
instigando neles atitudes cada vez mais absurdas e letais. A busca por novos
planetas, por ferramentas artificiais, alternativas para a sobrevivência. Ou
mais locais para destruir, modificando a matriz humana ao ponto de torna-lo irreconhecível?
Tudo é duvidoso, ninguém confia sequer
na própria sombra, não há quem mantenha a simples palavra, a não ser que se
resigne a morrer à margem da mediocridade geral.
Acabando por perceber o vazio à sua
volta, só resta questionar se no vasto universo há espécies com tanto poder autodestrutivo,
capaz de tentar eliminar aos seus pares e detonar o habitat com tamanha convicção,
sorrindo como um alucinado no processo?
Marcelo
Gomes Melo
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