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O futuro organizado de forma caótica



           Os cartazes da destruição estão espalhados por todos os lugares, incitando subliminarmente a todos os que passam por eles, de carro ou a pé, olhando as imagens ou gravando os dizeres, estão em locais estratégicos com uma só função: destrambelhar comportamentos, firmar dogmas, incitar rebeldia, amainar conceitos, direcionar caminhos, turvar sentidos, produzir dúvidas...
          Jamais alguém perguntou quem os espalhou pela cidade e se o fez por algum benefício, próprio ou para outros. Nasciam convivendo com as imagens e com os escritos, mal os notavam, mas eram afetados permanentemente por eles pelo restante de suas vidas.
          Aqueles cartazes tinham vida própria, mudavam de acordo com o tempo e o clima, estavam enraizados na cidade como as árvores milenares, e não ofereciam sombra nem frutos. O seu alcance era além de tudo psicológico, poderoso e definitivo.
          Correr em direção à luz poderia significar muitas coisas, superar obstáculos ou ser um dos obstáculos também. É marcante estar sob controle de algo sem ter a menor noção disso, os que sabem ler a ponto de definir significados, os que leem sem alcançar qualquer significado, e os que não enxergam as letras, deixando-se guiar pelas cores, todos igualmente hipnotizados, comprados, esterilizados.
          São os cartazes em branco, preenchido pelo que consta nos diferentes cérebros e corações, que determinam o futuro organizado de forma caótica, garantindo uma sequência interminável de eventos nada aleatórios, mas secretos o bastante para gerar inúmeras teorias da conspiração, e isso é a  verdadeira diversão para os peões no xadrez irrisório de viver.


Marcelo Gomes Melo

 


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