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Um inevitável passo rumo à extinção



         A tendência em preservar as memórias das melhores épocas em que vivemos é mundial, independe de culturas e raças, é um traço característico da humanidade, o que diversas vezes causa o fenômeno da expressão “no meu tempo...”, e invariavelmente as comparações com o atual vencem. É como se a qualidade de vida fosse se deteriorando com o passar do tempo e o envelhecer natural colocasse o que se apresenta como novo em um patamar inferior.
          Levando essa teoria em consideração só nos resta avaliar que não há evolução, se as coisas apenas pioram e os seres das novas gerações estão sempre inferiorizados intelectual, física e mentalmente, contribuindo para a destruição de um habitat que já foi incrivelmente melhor!
      Em contrapartida, os novos costumes implantados dominam completamente aos contemporâneos, que tendem a desprezar o que é antigo, e portanto, segundo a sua visão superado pelas novas descobertas, novas maneiras de se expressar e novos credos.
          As mudanças físicas, os dogmas impostos pela sociedade que se considera amplamente superior causa uma fenda impossível de consertar com as gerações antigas. Essas vão sendo colocadas à margem e o seu conhecimento e experiência descartados como inutilidade. Tais acontecimentos se repetem à medida em que novas tecnologias substituem a intuição, e cada vez mais valores vão se extinguindo por falta de uso, inclusive a alma.
          Eis que agora tudo é questionado, mas de forma correta, ou sob escamas de ódio e incompreensão? O comportamento evolutivo das espécies pode ser considerado realmente algo importante e digno de exaltação?



               E se o universo for um poço escuro e sem fundo, sendo as estrelas lembranças remotas de um brilho que vai se perdendo lentamente enquanto nos afundamos cada vez mais na areia movediça do pântano da extinção?
      Isso explicaria o comportamento dos românticos observando os planetas e imaginando coisas maravilhosas que já existiram e jamais viverão. O que é destruído jamais será revitalizado sem mudanças críticas. Então não há como retornar ao passado e retomar o vigor, as vitórias e as experiências intensas vividas no melhor período das vidas de cada um. Cada passo além é o inevitável consentimento à própria extinção.



Marcelo Gomes Melo



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