Antes
que percebam
À
revelia dos meus erros insisto em cometer o máximo de acertos que posso, para
adquirir um tíquete em direção ao paraíso. E entendo as dificuldades envolvidas
nessa jornada porque o mundo é gélido e o sol se distancia cada vez mais de
mim, visivelmente.
Não há o que lamentar. Uma respiração
profunda seguida de várias outras estabilizadas, ajuda a encontrar o centro das
emoções; pelo menos é o que dizem os treinadores emocionais que recebem para
determinar o nível de estresse das pessoas e calcular a potência de suas auras
em consonância com o universo.
Toda a tristeza e as decepções
acumuladas um dia precisarão escapar da represa na qual se encontram, é
irreversível e irremediável. Pensar em qualquer tipo de fuga é tolice e
covardia, não existe escapatória. Os que morrem antes retornam para assombrar
os vivos, que se recusam a reconhecer a verdade e passam a vida atormentados,
inebriados ou ambos.
As caminhadas prometem coisas
semelhantes a auto reconhecimento, sem autopiedade e luz calmante no final. Só
esquecem de avisar de que há desvios, pedras no caminho. Ainda bem que o poeta
não esqueceu. Mesmo assim seria mais fácil encarar aquelas filosofias de filmes
de kung fu, com paisagens, maravilhosas e enigmas para decifrar. O cinismo em
mim é maior do que eu imaginava!
Não quero ser aquele que vai revelar a
realidade ao mundo, muito menos outro com ideias radicais pré-concebidas, bradando
um cajado de lágrimas e lamúrias contra os que discordam do que digo. Prefiro a
paz que prometem aos domingos de manhã, mesmo que eu ainda esteja dormindo e
não esteja apto a alcança-la. Seria essa uma dádiva ou punição?
É
muita divagação para um só momento, é preciso muito mais esforço e ação para
fazer valer a pena, portanto, é melhor seguir o passeio em silêncio, antes que
notem que estou conversando comigo mesmo. Em voz alta.
Marcelo Gomes Melo
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