Já
parou para pensar que o que se considera feiura são outras belezas, do tipo não
compreendido por quem está acostumado a seguir os rótulos, aceitando participar
da ditadura do que pode ou não ser perfeito.
Quando
criaram a moda, cuidaram em espalhar para todas as coisas, inclusive pessoas,
inventando meios para convencê-las a mudar por causa do que consideram estilo,
assim as marcas se tornaram famosas e sonho de consumo dos que acreditam que o
status das poses materiais superam a saúde intelectual e o comportamento
racional.
O
ser perdeu importância e o ter conquistou enorme espaço no mundo, fazendo as
ideias coletivas constrangedoras, a não ser que sejam as defendidas pelos
inúmeros grupos que se vestem igual, falam igual, parasitas inúteis prontos
para seguir os líderes que vendem o absurdo como algo a ser conquistado e
desprezando os que não têm chance alguma de alcançar os mesmos cosméticos para
parecer de forma a ser considerado belo, instituindo a ditadura do que é feito.
E
as pessoas com autoestima avariada não só acreditam como se submetem, adorando
a beleza da moda definida por uns idiotas ambiciosos e se atolando na lama da
miséria e tristeza, incapazes de se considerarem úteis, diferentes e capazes.
Apenas outras belezas, que não precisam seguir normas e regras para enfeitar
esse mundo de meu Deus.
Quem,
em sã consciência teria a cara de pau de acreditar que podem determinar o que é
belo e o que é feio? Quem, em sã consciência confiaria tanto nessas bobagens a
ponto de destruir a própria vida procurando as sombras para se esconder sem
nenhuma necessidade?
As
inúmeras belezas habitam todo espaço, diferente entre si, seja material ou
humana. Não existe feiura física, apenas a falta de beleza da alma, o horror
que habita a mente e envenena o coração. Essas armadilhas diferem pessoas, as
colocam em outras prateleiras de acordo com as regras que criaram, e assim a
hierarquia impede que quem se julgue fora dos moldes definidos do que é bonito
se coloquem à margem sem questionamentos.
A
farsa que move o mundo não importa para nada, e mesmo assim domina as ações e
enriquece os abençoados com o que os outros não nasceram.
Fica
cada vez mais difícil sobreviver em um mundo tão fútil com pessoas tão vazias e
toscas, sem chance alguma de contribuir com a evolução humana. Vivem rastejando
por coisas inválidas e através dos dias perdem o direito de serem considerados
racionais.
Marcelo Gomes Melo
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