De
vez em quando nos deparamos com alguns versos soltos, mais do que no ar, nas
redes sociais, e não pensamos em que os construiu. Não pensamos em nada. Aqueles
versos soltos nada significam para nós e milhares de outras pessoas, entretanto
permanecem em nós, adormecidos.
Ninguém
com natureza comum e normal pensa em morrer, ou em período de vida. Esse tipo
de coisa é para os que vivem obcecados pela lógica, martirizam-se por algo que
não podem prever, e isso os magoa. A ansiedade os controla e assim fica
impossível guardar as emoções em uma caixa, como desejariam.
Os
versos podem enfim, incutidos em cada um obrigar-lhes, os comuns e os lógicos,
a raciocinar em termos complexos. Cada dia vivo é um infinito de causas para
existir. Um dia de cada vez, nos deparamos com um infinito de causas para
existir. Um dia de cada vez nos deparamos com um infinito de possibilidades, e
se vivermos plenamente, viveremos para sempre, não importa o quanto estivermos
do lado de cá da existência.
Os
que querem eternizar-se por coisas, plantar uma árvore, ter um filho, escrever
uma obra fantástica, não entendem que a eternidade é diária. É desse jeito que
permanecemos nos corações de quem nem imaginamos, e levamos no coração pessoas
que não fazem isso.
Eis
o infinito em nós. Cada momento feliz, cada pensamento altruísta, cada
sacrifício realizado em segredo... Atos de bondade esquecidos por quem
realizou, mas inesquecíveis para quem foi a razão. Tudo é amor. Os versos
soltos sempre dizem algo completo. Compartimentalizam-se em diferentes lugares
do corpo e dificilmente serão acionados, e se o forem, mal serão notados,
porque os seres humanos são construídos por versos soltos, que os mantém sãos e
instigam o seu instinto imparável de perseguir moinhos de vento, sem saber que
não são inimigos de verdade como Dom Quixote.
É
assim que se vive, afinal.
“Infinito-me
Um
dia de cada vez”.
(autor
desconhecido)
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