Se
me amar não faça escândalo. Arrume o futon, aqueça o quarto, coloque snacks em
uma mesinha de madeira e algumas cervejas, vinho de arroz, soju...
O
ambiente silencioso, em comunhão com os deuses nos permitirão meditar lado a
lado, de mãos dadas e olhares furtivos.
Logo
mais, com as luzes apagadas, trocaremos carícias não totalmente despidos,
contendo os gemidos, prendendo a respiração, transparecendo os sabores através
dos olhares agoniados e respiração entrecortada.
Com
a lua cheia iluminando nosso quarto através da janela, testemunhando momentos
secretos que jamais serão discutidos, porque menos é mais, e não ousamos sequer
pensar entre as outras pessoas.
Me
ama, então cuide dos meus silêncios e aceite os meus sorrisos e toques tímidos
com prova do amor inesgotável que surge depois, muito depois, porque nos
conhecemos e convivemos no princípio como totais estranhos, e nem sempre a
sorte sorri unindo o casal ajustado, que se entenda sem que um se sobreponha ao
outro em termos de status.
A
bebida nos deixará relaxados, menos tímidos, o que facilitará nosso amor
discreto, escondido do mundo, para um sono tranquilo, abraçados, casados com a
vida.
Difícil
se acostumar com culturas diferentes, encontrar um meio-termo que garanta honra
e dignidade sem perder a lascívia justa para qualquer casal verdadeiro.
Me
ama, não diga em palavras, eu sei. Aprendi a conter a minha volúpia de gritar
aos quatro cantos e guardar para nós dois apenas entre as quatro paredes.
Amores
distintos, inabaláveis, impossíveis de entender por quem reconhece apenas o que
é imediato.
Marcelo Gomes Melo
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