Parta-se
do pressuposto de que não há mudança em larga escala sem revolução, e que não
existe revolução sem sangue derramado, sem mártires forjados em batalha e heróis
que se sacrifiquem pela causa.
Em
uma democracia, há que ficar claro a obrigatoriedade de que as decisões da
maioria serão as acolhidas, e que as minorias têm o direito de exercer a sua
cidadania tendo em mente o cumprimento dos deveres e a preservação de todos os
direitos.
Caso
seja essa a ideia de uma sociedade, minorias não dominam, opinam, e caso a sua
reivindicação seja rejeitada pela ampla maioria, agir como crianças birrentas
desrespeitando as regras e as leis não funcionará, apenas criará balbúrdia e
focos de violência.
A
política não é compreendida pela maioria do povo; isso acontece porque deve ser
assim para que uma maioria comande milhões e roubem, legislem em causa própria,
vendam a própria alma para manter o poder. Não existe lado bom! Todos são
corruptos, todos agirão para acobertar uns aos outros e fingir para que a
grande maioria se divida entre a esperança e o ódio.
Jamais
essa imensa maioria exercerá poder algum, se formarão em grupos para ser
comprados e dividir o espólio com outros que se conformarão com um quinhão
ainda menor, e a vida continua a mesma, com a mídia reivindicando o quarto
poder, trabalhando para o lado que lhes ofereça mais vantagens, assim como os sindicalistas,
os artistas e outros corruptos em potencial.
Essa
é uma razão consciente para que os partidos políticos se revezem no poder, que
nenhum consiga instalar um esquema perfeito para perpetuar-se no poder doando
migalhas, esmolas, distribuindo humilhações e morte contabilizada matematicamente
para manter o poder através do número de viventes que forma a população.
Mudar
periodicamente de ideologia atua como um bálsamo para as costas chicoteadas, a
ausência de cultura cultivada para evitar o entendimento do que está
acontecendo. Então forma-se mais acadêmicos diminuindo as exigências, criando
profissionais despreparados com um diploma superior, que funciona nas
estatísticas, mas destrói o núcleo social mais necessitado com falsa pompa, e
arrogantes, destroem o ensinamento do idioma, matam pacientes receitando
remédio para virose quando não sabem que se trata de câncer...
A
política sempre será assim, os que estiverem no comando negociarão com os
adversários atrás das cortinas e todos sairão beneficiados. O povo? O povo é dispensável,
gente para levar a culpa, sofrer, acreditar ingenuamente, receber trocados e
bater palmas, se tornando violentos uns contra os outros em nome dos seus donos
e morrer sem nada.
Sempre
foi assim e sempre será. Sem revolução radical não há mudança; sem o sacrifício
impiedoso dos líderes, as coisas se ajeitam, e os pseudo-adversários discursam
odiosamente, e bebem champagne do alto dos seus edifícios.
Marcelo
Gomes Melo
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