Pérolas
do Brega Nacional I: ”Mulher feia vem comer pastel”
O Movimento Brega Nacional é eterno! O termo brega abrange todo o
cancioneiro que se encaixe nos moldes ultrapopulares, tanto no estilo das
letras simples, com linguagem regional, quanto nos temas sofridos, como
traição, morte, perda e situações bizarras, maliciosas e engraçadas, cujos
grandes representantes são idolatrados e preservados para sempre no coração dos
fãs.
Muitos dos “astros” de movimentos temporários da música
brasileira, ao cumprirem o seu período de enganação midiática implorarão para figurar
no panteão dos deuses do brega, mas terão que se confirmar com o ostracismo,
porque não é qualquer “Zé Torneira e
Pingo D’Água”, “Tadeu e Tadando”,
“MC Bumbum Gordo” ou “Rabiola Colorida” que se eternizarão
na música popular como os exemplos aqui citados, dentre um firmamento inteiro.
Caso se lembre de algum gênio da poesia elementar brega, não hesite em
contribuir para a construção da Mansão
Cultural Popular com um tijolinho. Vamos a eles:
“Carro hotel/Banco-cama/A
gente ama/Olhando o céu!” Bartô Galeno;
“Você é a
ciganinha/Dona do meu coração/Não tenho sangue cigano/Mas vou pedir a sua
mão/Hoje a noite eu vou/Falar com seu pai/E quero saber/Se ele concorda? Com o
casamento/Entre eu e você/Mas estou pensando/Que ele não vai/Aceitar nosso
plano/Só porque/Eu não tenho/Sangue cigano”. Carlos Alexandre;
“O acidente/Tão de
repente/Acaba toda a alegria de alguém/É nessa hora/Que a gente vê/Não vale
nada o dinheiro que se tem”. Amado
Batista;
“O que é bom tá
guardado/O que é bom tá guardado/Mas só dou a Chico Véio/Porque é meu namorado”.
Genival Lacerda;
“Ó
mulher feia vem comer pastel/Ó mulher feia vem comer pastel/Mulher feia não é
pipa/Mulher feia é réu/Mulher feia sai à rua/E escurece o céu”. Ornitorrinco Sertanejo;
“Pare de tomar a
pílula/Pare de tomar a pílula/Porque/Ela não deixa nosso filho nascer”. Odair José;
“E não há nada/Em
você/Que eu não ame/Sou metade sem você/Mon amour/Meu bem, ma femme”. Reginaldo Rossi;
“Tico é um gato/Que a
Maria quer bem/Não dá, não troca/Não vende/Nem empresta pra ninguém/Tico tem um
defeito/Que não dá pra consertar/O Tico é danado pra miar/Tico mia na sala/Tico
mia no chão/Tico mia na cozinha/Tico mia no fogão”. Sandro Becker;
“E
ele alisava, alisava o danado dela/E ele beijava, beijava o danado dela/Ele
cheirava, cheirava o danado dela...”. Zenilton;
“Fuscão Preto/Você é
feito de aço/Fez o meu peito/Em pedaço/Também aprendeu matar/Fuscão Preto/Com o
seu ronco maldito/Meu castelo tão bonito/Você fez desmoronar”. Almir Rogério;
“O homem nasce sem
maldade/Em parte nenhuma do corpo/O homem é lobo do homem/Isso explica a
viadagem congênita/E a baitolagem adquirida/Homem é homem/Menino é
menino/Macaco é macaco/Político é político/E veado é veado”. Falcão;
Essas poesias do dia a
dia, escritas e cantadas pelos mestres do chapéu de boi são dignas de registro
e louvor, pois refletem a originalidade e a criatividade da população
brasileira. Ao ouvir o brega você, inevitavelmente perceberá de onde as grandes
duplas, trios e quartetos de hoje em dia chuparam a “inspiração” para as
canções atuais; com a diferença de que, agora eles se levam muito mais a sério!
Marcelo
Gomes Melo
rsrsrs... Marcelo eu não ouvi todos, mas deu para ver que são tão bons como os de cá! O drama, a paixão, o coitadinho, o abandonado, o desprezado, até o assassínio por amor, são temas imortais!
ResponderExcluirEsses são os engraçados, folclóricos, Luísa, a gente ouve e se diverte. Piores são os que se levam a sério e não têm graça nenhuma nas paradas de sucesso hoje em dia! rs
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