Meus pés, seus pés
Lado
a lado ou entrelaçados. Nus ou calçados. Caminhando juntos ou estacionados, os
nossos pés terminaram por alcançar um ao outro e a tramar para continuar
juntos, resistir aos tropeços sem reclamar, firmando-se juntos para lutar, se
aquecer, mútuos, para amar.
Os
pés que traçaram íngreme rota, sobrepondo-se a pedregulhos e a superfícies
lisas, escorregadias, a montanhas, vales e florestas sombrias, finalmente
alcançaram uma planície na qual descansar por instantes e a respirar
largamente. Nesse processo, o encontro inevitável e maravilhoso de pés nascidos
para caminhar juntos e suportar solos inadequados e pirambeiras assustadoras.
Tudo o que significa é que, ao se
encontrar, esses pares não estão no final da caminhada, muito pelo contrário: é
o reinício da subida, da procura pela qualidade de vida para multiplicar uma
felicidade
que se busca a dois até o fim da jornada. Juntos.
Os meus pés são seus pés, e os seus
pés são os meus pés; a base
para o restante da vida, de agora em diante.
Marcelo Gomes Melo
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