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         O covil das mulheres armadas



Ruas em preto e branco, noite espalhada e fria

Quando me enrosco em um conhaque da cor dos

 Olhos da perdição, e sigo pensativo e encoberto

 Pela capa de luzes mercúrio, disfarçando a

 Escuridão eterna.

 
Trata-se da sensação das mãos na blusa de seda
 Deslizando firmes, ignorando botões e zíperes
 Que ficam pelo caminho, abertos, desprovidos de função
 Sou um ser finito de desejos eternos, inspiração profunda.
 
Falas aveludadas mal rompem o silêncio de copos com
A cor do absinto, cubos de açúcar
 Pontas dos dedos em torno do umbigo, suavidade urge!
 Descendo, lutando, mais botões, mais zíperes.
 
Engolindo em seco, lábios que enceram e dão brilho
A música dos lordes acelerando as necessidades
Afiançando as possibilidades
Um alucinado por controle fervendo entre
Algodão e pele.
 
Afastando o antinatural com as pontas dos dedos
 Sobrepostos pela língua lasciva, adocicando seus pelos
 Voraz, contumaz, enlouquecedoramente
  Movendo-se em círculos, penteando, intercalando
  Os suspiros.
 
Até o fim, esfomeado, através de uma névoa
 Que me dizima os pensamentos puros
 Até o enfim, mordendo, sorvendo e me
  Deliciando. Até o fim em busca
  Do covil das mulheres armadas!
                                Marcelo Gomes Melo
 

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