Entre
o moderno e o eterno
Minha senhora, por
favor, não pense
Que os velhos rituais são tolos
Porque render-se a qualquer tipo de modernidade
Equivale a trocar segredos por exposição gratuita
Fruto da ingenuidade.
Minha senhora, o que
fazemos e o que pensamos
Supera em prazer e gosto
A tudo o que confessam fazer, só para aparecer
Os outros.
Nossos rituais
profanos, calientes, particulares
Repetem-se ad eternum, garantidos pelo ineditismo
E exclusividade que só dizem respeito a nós
E aos nossos pilares
Que fortificam nossa aliança e não permite
Julgamentos a quem os desconhecem.
Não pense, minha
exigente senhora
Que nas noites de furor concentrado
E solicitações veladas de ambas as partes
O universo não tremeria de prazer incontido
Caso explicitássemos nossas brincadeiras
Então, que eles vendam
prazeres de plástico
E apregoem intimidades sem gosto
Para convencer aos incautos
Que corar por instinto com olhares promissores
É algo tão antigo que ninguém mais utiliza
Para saber que o que move os verdadeiros amantes
Nada mais é do que os segredos elegantes
Prazeres cheios
Sob a lua minguante
E a antiguidade experiente do amor.
Marcelo Gomes Melo
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