Flortônio foi o
primeiro bissexual assumido da Argentina e Paraguai, quando foi para esses
países negociar; carne argentina para importação e iniciar uma ponte amistosa
com os paraguaios com o intuito de faturar alto com a mão de obra guarani que
copiava produtos europeus como espelhinhos e pentes à perfeição para revender
mais barato.
Na Argentina usava o sexo masculino e teve um caso com uma
ancestral da futura grande Evita, com a qual teve um filho dançarino e cantor
de tango. No Paraguai usava o sexo feminino e teve outro filho que viria a ser
cantor de uma banda adolescente homossexual que viria a ser famosa mundialmente
após ter mudado para Porto Rico.
A mãe faleceu por uma guerra de gangues mafiosas quando saía
de uma cantina na Mooca, obrigando-o a retornar com o filho argentino, Diego
Armando Manuel, em busca de vingança.
Dieguito era diferente de toda a família fisicamente. Era
baixinho e gordinho, com cabelos escuros e oleosos, mas igualmente enfurecido e
talentoso. Quando cheirava pó branco ele se sentia invencível, e agredia a quem
estivesse pelo caminho, quebrando a tudo e a todos.
Flortônio se envolveu
com a máfia italiana e terroristas cubanos, para traficar pizzas e charutos e
para vingar as mortes da mãe, e em
seguida do pai, que foi abraçado por um homem bomba em praça pública e
explodiram juntos, espalhando restos mortais nos tanques de peixes ornamentais.
No Rio de Janeiro Flortônio começou a faturar mais dinheiro
protegendo criminosos internacionais em troca de uma percentagem gorda. O
primeiro deles foi Ronald Biggs, ladrão inglês de um trem pagador que viveu em
segurança por décadas nas praias cariocas.
Flortônio morreu de AIDS, quando nem se sabia da doença
ainda. Talvez tenha sido o hospedeiro número um. Dieguito tornou-se o
comandante do império familiar e casou-se com uma lutadora de boxe italiana de
1,90m, linda e destemida; a boca mais suja do planeta! Conhecia a todos os
palavrões em qualquer idioma e os utilizava. Praguejava sem pressão e tinha o
pavio ainda mais curto do que o do marido.
O filho deles, Manuel
Diego Richtoffen saiu com quase dois metros de altura, muito forte, loiro como
a mãe e de cabelos Black Power pela genética da família. Herdou a fúria e
violência de ambos, e o talento para multiplicar dinheiro também. Gostava de
resolver a tudo com porrada e morte de homens, mulheres, crianças e animais
igualmente, sem discriminar em nada.
Todos só perceberam o quão Manuel Diego era perigoso quando
ele matou os próprios filhos em um acesso de raiva, espancando-os até a morte,
fatiando os corpos e passando num moedor de carnes antes de enfiá-los num saco
plástico misturados com cimento e atirados na Baía de Guanabara. Dizem que a
poluição desse cartão postal começou aí.
Os políticos tremeram. As instituições influentes gelaram.
Os padres que encomendavam criancinhas queriam excomungá-lo e afastá-lo, mas
tinham medo e pressionavam os políticos a prendê-lo. Os políticos queriam
vender os serviços de Manuel Diego para as republiquetas de bananas em sua
guerra terrorista para alcançar o poder. Mas tais republiquetas tinham medo de
perder o poder para o maníaco brasileiro e não aceitaram.
Alguém no fundo da sala
de reuniões dos políticos sugeriu timidamente a União Soviética. Foi aclamado
como um gênio pela ideia. Entrariam em contato, se livrariam dele e ainda
faturariam grande quantidade de vodca e caviar.
Assim o fizeram. Manuel Diego foi mandado à União Soviética
como arma secreta para lutar contra a democracia ianque. Na noite em que ele
foi enviado os morros cariocas soltaram fogos de artifício, e naquela época era
só por isso. Os políticos realizaram surubas intermináveis com estrelas globais
e muito álcool. Só não se tocaram do óbvio: Manuel Diego só foi para a União
Soviética por desejo próprio. Tinha planos para o país socialista.
Em
breve a parte final da saga de uma família que mudaria o rumo de países
inteiros e ficaria incrustada na história para todo o sempre (na história das
entrelinhas de quem a conta).
Marcelo
Gomes Melo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu feedback é uma honra!