Os
ratos querem o poder!
Eu sei, eu sei que os
ratos já estão no poder, não me tomem por um ingênuo qualquer, meus amigos.
Também sei que há ratos dividindo o poder e ratos na fila prontos para
alternar-se no poder. Ratos cobrindo o telhado e embaixo do seu travesseiro;
ratos por todos os lados, ratos em tudo o que vemos, parafraseando os versos
dos Titãs. Eu sei, acreditem, eu sei!
Sei também que um cidadão hoje em dia, bastando ser
inescrupuloso, pode caçar ratos com tranquilidade e facilidade, em todos os
níveis. Com cubinhos de queijo e uma ratoeira; com algumas moedas de um real
consegue um rato para não destruir o seu carro enquanto arrisca a vida
assistindo a um jogo de futebol. Com algumas notas de dez reais é possível
subornar um rato em troca de benefícios, do tipo atendimento diferenciado em
festas, ou restaurantes; com um punhado de notas suborna-se todo o tipo de rato
nojento para todo o tipo de coisa. Isso todos nós sabemos, sabemos também que
há ratos que subornam, criando e mantendo o círculo vicioso do século.
As ratazanas de paletó
e gravata comandam os ratos de preto com apito na boca; os ratos sacanas burlam
as leis que eles próprios criaram cheias de furos, para que outros ratos
nocivos os explorem em seus próprios benefícios, em troca de sacos de dinheiro
e status.
Os ratões de esgoto que se utilizam de bandos de ratinhos
brancos como cobaias para seus experimentos nojentos que, no final renderão a
eles mais poder e mais dinheiro, enquanto os pobres ratinhos serão dizimados.
Ratinhos engaiolados que pedalam por centenas de anos acreditando que com o
esforço supremo alcançarão algum lugar no qual serão tratados como ratos de
respeito, coisa que jamais acontecerá.
Não precisam me lembrar dos ratos racistas, que são os mais
deploráveis dentre os deploráveis! Sujos desgraçados que repudiam e desmerecem
outros seres humanos pela cor de sua pele enquanto idolatram ratões malucos que
colocam teorias macabras e mortais em prática apenas para acabar com o mundo.
Desse lixo desorientado eu já sei, tanto quanto vocês, e vivo indignado tanto
quanto vocês.
O título do texto
refere-se apenas a um grupo de meninos no final dos anos oitenta que se reuniam
aos fins de semana em festinhas, nos parques municipais e pátios escolares, na
rua, apenas para dançar. Isso mesmo, dançar! Break dance! Cinco garotinhos
dançando um ritmo sensacional propagado por artistas do calibre de Michael
Jackson, C+C Music Factory, Tom Tom Club, Kraftwerk, Prince, Afrika Bambataa
and The Soul Sonic Force e o avô de todos James Brown... Passos como moonwalk,
espelho, parede de vidro, bengala, corda... O Street Dance elevado à máxima
potência por garotos que não perdiam tempo com drogas ou aparelhos eletrônicos,
nem espancamento gratuito; apenas ação e diversão.
The Rats Want Power era apenas mais um grupo de break dance
de garotinhos da época, e nada tinha a ver com política, corrupção, maldade,
racismo e morte.
Apenas arte. Diversão e arte.
Marcelo
Gomes Melo
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