As
perguntas que de vez em quando devem ser feitas
Quem
são os que se intitulam “sertanejos universitários”, mas não conseguem ler e
escrever corretamente, utilizam-se de instrumentos eletrônicos inexistentes no
sertão de verdade e se vestem com chapéus Stetson americanos, calças Diesel
importadas e botinas de salto e couro de cobra, além dos cintos com enormes
fivelas de touro texano? Por que as letras desprezíveis jamais retratam as
necessidades do sertão brasileiro, muito menos a vida dos sertanejos
brasileiros de honra e valor?
Quem
são esses degenerados dispostos a tudo por fama e dinheiro com as suas vozes
finas e ausência de raciocínio mínimo para que sejam considerados seres
humanos? Será que conhecem a Euclides da Cunha? Já passaram perto de uma
biblioteca e estudaram “Os sertões”? Ouviram falar de figuras como Antonio
Conselheiro?
Com
toda certeza devem ter ouvido falar sobre Lampião, mas saberão em que período
ocorreu a história? O consideram herói ou bandido, o que sabem da caatinga e os
quando ouviremos fazer jus ao que afirmam ser, se a formação que têm é de
academias de ginástica e bastidores de televisão?
Saberão
eles algo sobre quem os controla? A quem venderam as suas almas? Terão algum conhecimento
de como são manipulados? Aceitam em troca do vil metal e uma sobra de
autoestima construída sob uma base de mansões, piscinas, carros e champanhe
importada?
Esses
“universitários” que jamais viram o sertão vieram de favelas urbanas e
investiram a vida em uma enganação enorme para os que são piores do que eles,
que acreditando no lixo que eles disseminam sonham em ser universitários e
sertanejos sem precisar estudar ou conhecer a parte do país que mentem
descaradamente representar?
Seres
inúteis sonegados por pessoas piores do que eles, que faturam mil vezes mais
sem aparecer, enquanto eles são sugados como uma cana de açúcar e, quando no
bagaço atirados no lixo da história que jamais sobreviverá, apagando-se até que
ninguém mais lembre de suas existências?
Assim
aconteceu com outros engodos vendido ao povo, emburrecendo-os ainda mais e
possibilitando algum conforto para imbecis que jamais tiveram nada, aprenderam
nada e nem contribuíram com nada construtivo para a sociedade em que habitam.
O
curto período em que desfrutam de iguarias em troca de se tornarem abominações
que passam no domingo à tarde, os faz entender empiricamente que são superiores
ao povo comum, e, portanto, podem contestá-los, convencê-los e ridicularizá-los,
tratando-os com uma condescendência nojenta a qual nem eles merecem.
E
no fim, quando a fama acaba, o dinheiro termina e os telefones não são mais
atendidos, lamentam ter percebido que quem os bajulavam e cercavam eram
sanguessugas, ratos prontos a abandonar o navio no início da derrocada.
A
sociedade empobrece, envelhece sem cultura, sem coisas das quais se orgulhar,
não porque não existam, mas porque não são conhecidas nem reconhecidas,
banhados diariamente com entulhos vendidos como arte e cérebros vazios como
pensadores.
Marcelo
Gomes Melo
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