Só
os escolhidos...
Eu
viajaria mil léguas por ela, mas os mares estão bravios, a Terra está rachando
e os ares estão rebeldes, fazendo com que indivíduos capitulem, revejam as suas
metas de vida e se preocupem com a própria sobrevivência nesses tempos inodoros,
incolores e incapazes de garantir qualquer segurança, individual ou coletiva.
Ainda
assim eu superaria todos os obstáculos para ficar com ela, lutando com todas as
forças físicas até o esgotamento fatal, e me rebelaria contra as forças da natureza,
ainda que fosse uma batalha perdida que me custasse a vida por diversas vezes,
como em um jogo de vídeo game.
Os
meios físicos em um ambiente em franca deterioração não seriam nem um pouco
eficazes, embora satisfizesse o ódio e aliviasse o estresse antes do suspiro
final. O Pior de tudo: ficar sem ela.
Um
homem não deve desistir do seu amor jamais, mesmo que lhe custe a vida. Não se
trata de filosofia romântica, mas de objetividade transcendental. Além da vida,
de forma etérea poderei caminhar mil léguas por ela, até encontra-la e
agarrá-la fortemente em meus braços.
Um
novo tipo de amor seria inaugurado, o de mortais que continuaram a querer um ao
outro em um plano diferente, mais fácil de lidar por não poderem ser atingidos
nem magoados, e os seus objetivos estariam garantidos apesar das provações da
vida existe para caçoar dos mais fracos e impulsionar os resistentes a alcançar
todos os desejos provocados através dos sonhos, insinuando que poderiam se realizar
com o esforço certo, a atitude correta e inteligente; acima de tudo corajosa e
repleta de fé.
Carregaria
o universo nas costas para permanecer com ela, ser feliz com ela por algumas
eternidades em sequência. Em outro plano isso é possível, e daqui, observando o
planeta se dissolvendo e levando com ele bilhões de descrentes, aprendi o real
significado de morrer por amor.
É
tudo muito simples, mas parece complicado, pois morrer por amor é viver para
sempre com o seu amor, imune às trapaças e armadilhas nas quais a imensa
maioria cai. Só os escolhidos sobrevivem.
Marcelo
Gomes Melo
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