O
verdadeiro castigo eterno
Morte
é a única realidade dentre as habitações etéreas de uma alma universal. Sê
realista, tu, vítima das ilusões contrastantes que imergem os pensamentos
breves de alegria que não existe. Tudo o que se pode crer ao cruzar o portal
dos enganos profundos é a fragilidade a ti vendida como esperança desde que
ousaste nascer!
Repito,
deixeis que a ti se revele a única verdade que o destino lhe reserva: a morte
como princípio, meio e fim das tuas dores inerentes a uma existência vil
disfarçada de prêmios e ganância!
Tu,
mortal indecente que crês nas esbórnias de uma vida sem limites, crente da
absolvição por tuas lágrimas de crocodilo ao devorar a tua presa, passais
distante do único compromisso que te alcançará iminente, e te prenderá para
sempre em um exílio sem enganos, fazendo-te urrar, “ó morte, que vigiais meus
desdouros!”. Aliviai o meu fardo tirando-me do mundo e me iluminando desse
limbo sufocante no qual não sou nada, não me vejo como nada e não acredito mais
em nada, porque fui enganado desde o início e aceitei como vitória sem
contestar o lado sombrio que era a única realidade o tempo todo.
Não
há luz nem vitória que não seja a incutida em tua mente cheia de vícios e
falhas. Tu que achas que o final de tudo é a ausência de vida, não terá tempo
para implorar por perdão, porque a morte é a certeza inefável e o alívio final,
dos quais poucos acessarão sem medo.
Viver
é a grande provação e o desejo permanente por coisas inúteis que nublarão a tua
carcaça que sofre e crê que se trata de sonhos e bendições vindouras.
Essa
é a hora de saber finalmente que estás alijado do direito de morrer, e não
haverá alívio para a tua masmorra pessoal jamais! O que acreditavas ser
importante é apenas punição, mal intrínseco ao teu egoísmo que a terra tragará
inclemente para níveis cada vez mais baixos e aterrorizantes.
Quando
perceberdes o que realmente deverias escolher, o alívio final de todas as torturas,
verás que é tarde e o sofrimento apenas fará de ti mais um farrapo humano
espancando a teus pares em nome de uma falsa salvação.
A
ti não será permitido morrer, corvo agourento que se alimenta dos olhos dos infiéis.
Tudo é horror e não há coisa alguma que possais fazer para escapar do castigo
eterno.
Marcelo
Gomes Melo
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