O
próximo apocalipse (emoções baratas no banco de trás)
Não
espere nenhum reconhecimento de quem sequer lhe reconhece, e nem se esforça
para isso; melhor, não tem interesse pelos seus pensamentos, prefere coisas
mais simples, e você é mais um motivo de curiosidade. É possível se divertir
imaginando coisas ou plantando coisas no pensamento da vítima de sua
curiosidade, serve para passar o tempo e sorrir das diferenças de mundo, mas é
altamente superficial.
Há
muito disso por aí, pelo mundo, gente que prefere o que é fácil, mas também o
vício pelo risco, buscando experiências diferentes para preencher um vazio
imenso que só aumenta, e se torna incapaz de perceber o rastro de mágoa que
deixa, preocupada apenas com as próprias mazelas, inocente sobre quem as criou,
porque quando se olha no espelho não se enxerga.
Essas
pessoas são criações de um século do egoísmo, vivem desconfiadas e apavoradas
pelos fantasmas que elas mesmas criaram, e esse é um caminho sem volta. É quase
impossível não encontrar alguém assim nesses tempos, e não se deixar envolver
por alguém assim nesses tempos...
O
importante é não lamentar quando as reconhecer e ao seu modus operandi.
Incapazes de honrar sentimentos, inábeis para lidar com verdades, displicentes
para reconhecer algo que lhes homenageie, concentradas apenas nos benefícios
superficiais que as enganam e ferem, tanto quanto o fazem.
O
mundo é escuro e a fome dessas pessoas imprudentes é impossível de saciar!
Vivem para experimentar o máximo de emoções que consigam, não importa o que
precisem sacrificar. No fim, o vazio no fundo dos seus olhos e as geleiras nos
seus sorrisos falsos ajudam apenas a tornar a vida ainda mais artificial e os
desejos menos valorosos; tudo o que querem é diversão barata em um banco de
trás de um Fiat 147.
Esperar
reconhecimento de quem não reconhece nem a si mesmo é perda de tempo, aumento
de estresse, desespero adquirido.
E
você se pega tentando agradar, viver como um escravo idiota confessando
fraquezas que usarão contra você. É assim que as coisas seguem, que o mundo
gira e os bons ficam pelo caminho, destroçados. Os ruins, também destroçados,
convivem bem com a desgraça, são os demônios apavorantes com aspecto de flor e
perfume de amor condenado. Vivem para arrasar e flutuar sobre tudo o que
destroem sem emoção, sem compreensão, prontas para o próximo apocalipse.
Marcelo
Gomes Melo
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