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O fim da existência como a conhecemos



Os homens criaram a sociedade para exercer o controle das multidões com certa facilidade através de regras e normas, às quais chamaram de leis.
Em segundo momento usaram as leis para que a maioria se contentasse com menos, aceitando o poder de uma minoria esperta que buscava hipnotizar para liderar, fazendo-os crer que o Estado está acima do povo. Outra corrente os tentou convencer de que a escolha da maioria prevaleceria, mas trataram de colocar cabrestos e direcionar o voto da maioria, implantando a tese de que o bom cabrito não berra.
Logo após a essas medidas, entraram em conflito uns com os outros, aparentemente para prevalecer com os seus ideais em detrimento dos outros. O que corria nos bastidores, entretanto, era que um acordo entre ambos os alternaria no controle e dividiriam as riquezas igualmente, gerenciando os tolos com facilidade maravilhosa.
Sendo como eram, foi impossível evitar período de crises em que roubavam deles mesmos e causavam tumulto que vinha a público e colocava em risco o tratado. Sempre encontravam um denominador comum e colocavam panos quentes.
Um erro de ambos tornou, a longo prazo, um problema que os atormentaria: subjugaram as fêmeas. Não as incluíram no pacote de propina, não repartiram igualmente o poder. O mesmo fizeram ao ignorar as minorias, produzindo uma contradição atroz para ambos os lados. Surgiu uma terceira via em que mulheres, julgando-se minorias, apontando outros grupos minoritários sem voz e sem poder, portanto sem uma fatia dos lucros, exigiriam uma participação real, assumindo poderes e enfrentando o lema da democracia, que o desejo da maioria deve ser respeitado e seguido.



Agora minorias julgam ter mais direitos do que o voto da maioria, e procuram obriga-los a abaixar a cabeça aceitando novas regras vindas da minoria para dominar o que a maioria deseja e acredita.
Virou o “samba do crioulo doido”, com todos brigando entre si, causando crises e fazendo acordos temporários que serviriam apenas para tornar um dos lados miserável; assim que o pacto mudasse, os miseráveis seriam outros.
Tribos. Com ideais absurdos. Sem ideais. Tribos lutando sem saber o porquê, causando desespero e morte, sofrimento para a maioria, sempre. Como a sociedade está se desintegrando rapidamente para dar lugar a um novo modo de vida, com seres diferentes dos humanos, em ambiente modificado artificialmente?
Estamos assistindo o fim dos tempos como o conhecemos? Algo restará da história para que a nossa espécie tenha espaço e chance de reaver nossas leis? Ou tudo chegará ao fim sem que nos demos conta, como um clarão no meio da noite destruindo tudo o que construímos e apagando tudo em que acreditamos? Aguardemos. A saber.


 
Marcelo Gomes Melo
 

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