Um
homem deve conviver com a sua planificação malfadada, com os seus enganos
teimosos e falsa convicção que o leva às entranhas de suas falhas, para que
sobreviva, saindo de um labirinto, como Teseu, só que criado pela sua própria
alma, que o obriga às decisões mais polêmicas.
A juventude oferece energia para que
se esmurre pontas de faca e, com orgulho siga-se ladeira abaixo sem perceber as
bobagens que se comete em nome da falta de experiência e ambição desmedida.
Com o passar do tempo, o envelhecer
oferece marcas indeléveis que servem para lembrar dos erros e não mais
cometê-los, ou reaviva-los com a mínima possibilidade de superar e
considerar-se um vencedor.
Vive-se uma época em que a juventude é
exaltada como mais importante do que o conhecimento, a capacidade de regar para
manter os frutos já conquistados como base para as escolhas futuras, as novas
descobertas sem o uso de inteligência prévia para evitar problemas pode
destruir mais do que colaborar com o que já foi conquistado.
O desprezo pela história vivida e
eternizada insere no presente extrema dificuldade na convivência social em que
os mais velhos são colocados à margem, como se a colaboração preciosa não fosse
o bastante para que sejam considerados. Tentam conquistar tudo do zero sob uma
perspectiva totalmente nova e desconhecida, com falhas inerentes que causarão
caos e destruição, até que as ideias envelheçam e adquiram ajustes; mas então
novos jovens arrogantes desprezarão as ideias maturadas e um novo ciclo se
iniciará, obrigando a uma população inteira a viver sob o signo do engano e dos
ferimentos incuráveis.
Marcelo Gomes Melo
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