Jamais
se meta com os ilusionistas, eles são tão arteiros como um amor mal curado, tão
dominantes quanto a expectativa pelo início d um novo amor, e dissimulam com
facilidade o que desejam, fazendo com que viva em uma sala de espelhos de um
parque de diversões, olhando para todos os lados tortuosos que habitam em seu
corpo, e complementam a sua mente, decidem como respirar, quando raciocinar, se
mover e até como reagir.
Tudo
está planejado pelos ilusionistas que manipulam o seu cérebro com tanta
competência que são capazes de definir a forma do seu mundo, as maneiras com as
quais interagirá com as pessoas ao seu redor, a qual círculo de trabalho ou
amizades pertencerá.
O
foco da habilidade deles está em algo importante, e que descobre antes do
próprio fim garante a chance de tomar a atitude mais correta para si mesmo: os
ilusionistas dependem de uma pequena coisa implantada em você desde que se deu
por gente. A dúvida.
A
dúvida é o cabresto certo para mantê-lo inseguro, vivo e esperneando para tudo
quanto é lado. E isso é bom porque quem tenta abandonar a dúvida acaba
precipício abaixo. Já ouviu que a soberba é um pecado capital? E o que é a
soberba senão a ausência de dúvidas? Com dúvidas você se comporta melhor. Desde
que na medida certa.
Quando
os ilusionistas erram um pouco para mais ou para menos sempre há alguém que
sofre. Esse alguém é você. Embora talentosos não podem manter uma vida inteira
sob o comando da ilusão, então as pessoas ficam pelo caminho por conta de
alguma falha.
Essas
mesmas pessoas determinaram-se a chamar tais falhas de destino, por falta de um
nome melhor, e até que funciona bem. Explica o inexplicável para muitos e mantêm
a muitos outros obcecados por explicações.
Não
as encontrando, impetuosos, inventam, produzem e tentam convencer ao máximo de
pessoas possível, a quem convencionou-se nomear seguidores. Dependendo do nível
dos seguidores, coisas terríveis acontecem. Esses impetuosos estão e sempre
estarão abaixo dos ilusionistas, que por diversão permitem que eles existam e
acrescentem um outro ingrediente à panela de feitiços: o caos.
E
é desse jeito que a vida segue, sob os olhares indiferentes dos ilusionistas e
dos seus arroubos de felicidade e ironia, raiva...
Necessário
lembrar, entretanto, que são apenas ilusionistas. Há um verdadeiro mágico acima
deles, e esse não tem se envolvido por tempos, mas em algum momento o fará.
Quem viver, verá.
Marcelo
Gomes Melo
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