Incomunicável.
Fazendo tranças nos cabelos para não esquecer a quantidade de inimigos que
deveriam ser abatidos por atos de traição e covardia. Afiando a navalha do
vocabulário para destruí-los com argumentos invencíveis, insultos enigmáticos,
deixando a sensação de inferioridade a quem supunha estar anos-luz do restante
da humanidade, mas estavam apenas sendo arrogantes, ingênuos e intragáveis.
A cada gole de água pura um sorriso
amargo fruto de pensamentos ruins contra os adversários do povo, os cínicos
populistas dispostos a qualquer coisa para manter o status. A cada respiração
profunda um pensamento impuro a ser realizado com aquela que provocou o tempo
todo mesmo sabendo das consequências futuras, do perigo de brincar com quem não
se conhece o suficiente para se ter o controle inútil em circunstâncias tão
debilitadas que repartiria a dor em pedaços desiguais; alguém sempre sofre
mais. Não corra, não morra.
Sob o sol, sob o céu, com os olhos
fechados e a mente aberta para o desconhecido, despido das emoções fabricadas,
submetido às emoções verdadeiras, um choque da existência material com a
existência espiritual, corroborando uma reles subsistência emocional,
colocando-se com um ser insignificante frente a um universo tão poderoso que
permite que as coisas simples, portanto perfeitas sejam vistas como o são, sem
causar transtornos filosóficos nem teorias insanas; isso fica para os
detratores do óbvio, a quem se deve negar o benefício da dúvida para que se
debatam como um peixe fora d’água, procurando um habitat há muito poluído e
modificado, condenando-os ao esquecimento mais doloroso. Jamais existir por
nenhum feito, sequer através de uma enorme burrada científico-filosófica sem
valor algum, a não ser juntar quadrúpedes incapazes de qualquer raciocínio,
límpido ou não.
Incomunicável. É o prêmio por
conseguir afastar-se da mediocridade sem fazê-los perceber o motivo, sem
ofendê-los com a realidade. Exaltando-os silenciosamente como o rei dos tolos
enquanto existirem e insistirem.
Marcelo Gomes Melo
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