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O amor em uma lápide



           Não é óbvio que o amor surge e move montanhas. Isso se chama fé. Não é claro que a atração cai como um relâmpago e, como amor resiste a todo tipo de explosão, ficando indestrutível. Isso é loucura.
          Não é sensato que o amor vai delinear o mapa da vida, comandando todas as ações durante todo o tempo, sem outros parâmetros que definam os rumos a seguir. Isso é ingenuidade.
         O amor é bálsamo e é meio de sobrevivência, desejado por todos, mas encontrado por poucos, a julgar as decepções causadas por ele, de acordo com o depoimento das vítimas. Esquecem o período de luz e alegria vividos durante e guardam a tristeza e a dor para sempre. Isso não é amor, é burrice.
          Provavelmente o tempo bom que se considera amor, com diferentes durações, não faça jus ao amor de verdade, que nem é percebido por ser muito mais profundo.
          Os que lidam subjetivamente, adjetivando qualquer tesão como amor, qualquer relacionamento passageiro como amor, e parecem ser a maioria, não estarão simplificando, abaixando o sarrafo, diminuindo as expectativas e tornando a maioria em cínicos profissionais e a outra parte em céticos contumazes?
          Ninguém pensa objetivamente sobre o que seria amor, excetuando-se os cientistas, atentos a fatos e não a subjetividade. Por isso tais estudos sempre serão insuficientes e não combinam com o que o amor é.
          Poetas e apaixonados criam definições maravilhosas, imortais, estimulantes e perfeitas; mas estão sob os auspícios da felicidade gigantesca ou das dores atreladas ao amor para produzir tais pérolas, então a validade fica questionável, embora combine com o que a imensa maioria dos loucos de amor sentem e apregoam indiscriminadamente, passando vexame sem se importar, perdendo o controle das emoções a ponto de viver o ridículo e afirmar ser culpa única e exclusiva do amor.



          No fim de tudo, o amor é indefinido por natureza. Pode ser bom ou nocivo, libertador ou aprisionador perpétuo, lindo e terrível... Há que se reconhecer que a definição é impossível, serve apenas momentaneamente, de acordo com a sensação que embala os que vivem. Mais simples dizer que o amor transcende as reações, ultrapassa o momento, supera o desespero, vence as improbabilidades, doma a inconstância e permanece incólume, mesmo que não se imponha durante muitas situações.
       Amor deve ser aquilo que permanece ao lado da esperança, o que continua tatuado em qualquer pessoa sem tirar dela o gosto da realidade, que nem sempre permite que ele floresça. Amor deve ser a moldura da vida, cercando a todos sem necessariamente ser alcançado.
          Em uma lápide receberia a seguinte inscrição, porque não morre ou porque ressurge: “Não se sabe...”.



Marcelo Gomes Melo

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