A
manifestação lasciva daquela mulher sensacional, que sussurrou docemente em
meus ouvidos todas as iguarias que a mim aguardavam ao final do dia. As
promessas elencadas invadiram o meu pensamento, dominaram todas as sensações e
determinaram durante o restante do dia o rumo das minhas atitudes, o ritmo das
batidas do meu coração.
Todas as imagens daquela mulher
vestida lindamente, caminhando de forma sensual naturalmente, para mim eram um
banquete inacabável que gerava superpoderes àqueles que a observavam mover-se
com tanto carisma, praticamente flutuando entre os meros mortais, enfeitiçando
com o seu perfume, hipnotizando ao molhar os lábios generosamente, distribuindo
mistérios ao sabor dos ventos, embaralhando o discernimento de um homem
completamente entregue à existência dela, desejando obter cada um dos prêmios
descritos por ela tão casualmente, em tom cálido finalizando com um leve toque
no ombro com aquelas mãos macias e carinhosas, extensão de um maravilho corpo
gerenciando por uma mente nobre e brilhante, a perfeição em forma de espécime
humano.
O arrepio que percorria o meu corpo
era constante e em diferentes intensidades, a cada promessa relembrada que me
levou às nuvens e transformou o meu dia em um doloroso arrastar de horas que
jamais chegavam ao fim, para que eu pudesse correr em direção ao prazer que ela
representava e já estava em plena ação a partir das palavras emitidas por ela.
Não havia mais possibilidade de
concentração em qualquer coisa que não ela; era um dia perdido
profissionalmente e um dia ganho de forma pessoal, inexoravelmente.
Aquela
mulher declarara definitivamente que eu era dela e ela era minha! Pertencíamos
um ao outro e confirmaríamos in loco em breve, embora em meu âmago parecesse
séculos.
Aquela
mulher, com a sua respiração morna e lábios de açúcar, sexy por destino universal
expressara com extrema realidade cada detalhe pecaminoso e particular,
reservado apenas aos escolhidos para degustar inteiramente, intensamente
prazeres indizíveis, incontáveis e inesquecíveis. E os escolhidos somos nós.
Marcelo
Gomes Melo
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