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O preço para a imortalidade



          Elisa, não se esqueça que as pessoas morrem de amor, ou por amor, mas o sofrimento jamais as mata, só torturam infinitamente.
          Nunca há luz no fim do túnel porque no meio do caminho há um abismo que lhe engole e lhe faz sucumbir ante a isca mais fácil de usar: a luz.
          Esse seu olhar de “porque você não se suicida para evitar que eu o mate e vá para a prisão” não me comove nem um pouco, eu defendo os meus argumentos com bases fortificadas e dou garantia do que afirmo, tendo em vista experiências pessoais assombrosas.
          Também lhe digo, querida Elisa, que tais experiências não me eliminaram convívio humano apenas porque eram puro sofrer, dor e mágoas bem distribuídas pelo tempo e significado.
          O sofrimento purifica a alma, dizem, mas as cicatrizes mascaram a ira com que se vive, contendo ao máximo a vingança, rangendo os dentes e esperando que o troco seja bem aplicado por parte de outras pessoas, justamente porque é impossível a alguém retaliar sem se transformar em um vilão no olhar do restante de almas hipócritas e julgadores, não importa a razão que se tenha.
          Reitero, Elisa, minha santa, que o sofrer adora vir em doses constantes, mas não tão forte que lhe tirem os sentidos, ou não haveria razão para acontecer.
          Por essas e outras razões venho através desta confirmar o meu fim próximo, o meu afastamento da horda de sofredores, porque em breve descerei a rampa dos condenados em direção ao hades, a caminhada final, e serei esquecido de pronto sem saber se esquecerei da mesma forma, ou continuarei a remoer um amor rejeitado para todo o sempre.
          Essa é a minha declaração, Elisa, de óbito e de amor por você, o que confirma a minha teoria e me faz partir vencedor dessa vida incoerente. Morrer por amor é plenamente possível, até esperado. É esse o fim que todo amor tem. Mas o sofrimento, Elisa, ah o sofrimento! É o preço que se paga pela imortalidade!



 Marcelo Gomes Melo
 
 

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