Vou
me esbaldar com a sua mãe! (Versão light)
Aquele cara em pé ali
na sala, com aparência rústica, vestido impecavelmente com uniforme militar,
expressão dura, cabelos cortados à escovinha, coturnos brilhando e ostentando
medalhas no peito, pernas ligeiramente separadas e braços cruzados à altura do
peito, o deixou desconfiado.
O camarada sorriu levemente, sem exibir a dentição,
trocando um olhar suave com a mãe dele, assim que ela, meio nervosa, ajeitando
vaidosamente uma mecha dos cabelos atrás da orelha e com os olhos brilhando,
deixou a sala.
A mãe, coroa gostosa e bonita, decente e honesta, estava
vestida de forma diferente naquele dia, notou; embora fosse sempre elegante,
dessa vez trajava um vestido leve, preto, um pouco acima dos joelhos, permitindo
a visão de boa parte das coxas e até um decote generoso! Desde que seu pai
desaparecera na guerra ela sempre mantivera uma atitude discreta, mais do que o
necessário, até. Nem maquiagem costumava usar! O que estaria acontecendo?!
Novamente fitou o cara. Ele estava pronto para sair e
encontrar os amigos quando o tipo zero chegou. Iriam acampar pelo fim de
semana, por isso mantinha a mochila sobre os ombros e o violão às mãos. O tipo
observou seus longos cabelos e o piercing nos lábios, mas não disse nada. Um
militar deve reprovar isso, pensou. Dane-se! A mãe o informara que antes de
sair deveria ter uma conversa com o tipo; ele tinha algo a lhe dizer. Será que
ela havia arrumado um alistamento para ele por conta das notas baixas na
escola? Como o camarada ainda o observava sem dizer nada, olhou ostensivamente
para o relógio e resolveu partir para o ataque.
- Tem alguma coisa a
dizer? Manda! – não iria se deixar intimidar.
O tipo continuou olhando para ele por alguns instantes,
avaliando-o ostensivamente; com dois longos passos pela sala, aproximou-se,
outro espectro de sorriso, que na opinião dele fora cínico, e tascou, com a voz
profunda:
- Eu vou comer a sua mãe.
O garoto gelou. Os olhos se arregalaram e ficou branco.
- O quê? – gaguejara. Não deveria ter ouvido direito,
entendera errado, não era possível aquilo!
- Você é surdo, rapaz? Eu disse que vou debulhar a sua mãe!
– repetiu agressivamente, embora mantendo a voz baixa e maligna – Notou como
ela está viçosa, linda e desejável? O tempo não passa para ela! Acha que à
noite sua mamãe não se sente sozinha, querendo uma companhia masculina que a
encha de beijos? Um amante que lhe arranque o vestido e lhe prepare um banho
quente com sais e pétalas de rosas na banheira? Que lhe sirva uma bebida afrodisíaca...
Ele não acreditava naquilo! Seria alguma brincadeira de
péssimo gosto armada contra ele? Apertou as mãos, nervoso, enquanto o tipo
grandalhão, com as mãos cruzadas às costas continuava a falar, bem próximo a
ele:
-... Acariciar os cabelos macios da sua mama, moleque
fedido; trazê-la com vigor para os meus braços, colando minha boca com a boca
dela, esmagando-a contra a parede, apalpando-a com as minhas mãos de lenhador.
Não parou de falar, com a voz calma e baixa, nem quando viu
o garoto empunhar o braço do violão como uma arma e trincar os dentes, tremendo
de ódio. Sua pele estava ficando avermelhada e só se podia enxergar o branco
dos olhos.
- Sua mamãezinha irá
relembrar de tudo o que deixou de receber nos últimos anos, garotinho trouxa! Pretendo
mapear aquele corpo cheiroso e me deleitar com os gemidos que ela deixará
escapar.
Com os lábios trêmulos e as mãos desajeitadas, o garoto
tentou procurar a faca de caça dentro da mochila. O desgraçado era muito maior
do que ele, e parecia treinado para combate, mas isso não lhe dava o direito de
provocá-lo daquela forma, desrespeitando à sua mãe!
- Sua mãe será tratada como uma rainha! Mal vai poder
levantar-se da cama para fazer o nosso café da manhã. Pediremos delivery.
O rapaz morde os lábios sem cor, agarrando o cabo da faca
dentro da mochila. Seu único pensamento era matar o sacana!
- Sua mãe e eu iremos nos divertir em todos os cômodos da
casa. No sofá, na escada, no chuveiro... Pense nisso enquanto estiver acampando
com seus amigos, garoto tolo. O que fizer com a sua namorada, farei o dobro com
a sua progenitora, lembre-se disso!
Lágrimas de ódio
escorreram dos olhos dele. Esperava o melhor momento para golpear aquele
degenerado de uniforme sem piedade.
- Não seja melodramático, moleque egoísta! Como você acha
que foi feito? De proveta, imbecil? Só os jovens como você estão liberados para
o amor e o sexo, é o que pensa? Tapado!
O olhar de ódio, a faca à mostra na mão trêmula, o suor
ensopando os seus cabelos e escorrendo pelo rosto, misturado às lágrimas de
frustração... Vou matá-lo!
- Ei, moleque! Por que está bufando como um verme?
Cínico safado! Ainda pergunta!
- Eu vou comer a sua mãe, sim; mas não fique tão nervoso,
porque...
EU SOU SEU PAI!
Marcelo
Gomes Melo
Suas criações são realmente um espanto!
ResponderExcluirPobre jovem! Que maneira de ser apresentado ao pai! Rsrs.
Abraços
Garotos mimados que largam as mães e vão pra balada, egoístas, merecem um susto. rs...Embora o pai tenha um espírito de porco. Valeu! rs
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