Teoria
dos amores eternos
As
palavras de um lado, o silêncio do outro e um abismo entre nós. Num caso como
esse são as ações que determinam o caminho que as coisas devam tomar; e há
diversas, uma para cada ação, tornando impossível qualquer previsão sobre o que
possa acontecer.
Cada
história é uma história, não há situações idênticas no mundo, o que existem são
situações parecidas, mas cada uma com seu DNA específico, variações infinitas
tornando cada ser humano dono de um sentimento único; cada casal possuidor de
necessidades únicas, por mais parecidas que sejam.
A
teoria de que existem mundos paralelos nos quais cópias de cada pessoa flutuam inseridas em outros cotidianos
e apresentando comportamentos diferentes, o que explicaria a sensação de deja
vu que é possível sentir vez por outra, não elimina a chance da colisão entre
universos.
Esse
fenômeno causaria amores eternos, a sensação de existir além da realidade e
entrelaçar almas. Seria o alcance da perfeição alinhando os mundos, os sóis e
as luas, assim como as vidas e os desejos.
Qual
o significado de tudo isso? Apenas que, em tese, há histórias de amor que
transcendem e se repetem em todos os mundos, em todos os níveis de consciência,
ao mesmo tempo. Esses seriam os amores perfeitos.
A
falha na teoria se dá apenas na definição de amor perfeito. Na crença de que o
amor perfeito não contém desavenças, não carrega problemas, não é vítima ou
causador de dores terríveis nem crises existenciais. Porque o amor só é
perfeito quando resiste a todas as torturas, a todos os problemas, dúvidas... E
ao tempo.
O
tempo é veloz para a felicidade e lento para as tristezas. Deixa marcas
visíveis no corpo embora a alma acalente os sonhos. A eternidade de cada amor
depende da conjunção dos universos paralelos, que garantirá a permanência mesmo
após à morte, sobrevivendo aos meteoros no meio da escuridão, virando estrela
para os que o procuram.
Tão
perto, tão brilhante... Inalcançável!
Marcelo Gomes Melo
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