Admitir
a própria insignificância ou morrer sem saber
O universo é um grande mistério ou o contrário? De tão simples reflete a
perfeição divina, que nos concede um lugar e um espaço, com funções próprias
nesse imenso, infindável e inacabável organismo, vivo e em constante evolução.
Talvez façamos parte de
um círculo vicioso, ou virtuoso, dependendo do ângulo que escolhermos enxergar,
no qual o ser humano, ególatra, tenta modificar utilizando a tão propalada
inteligência e genialidade, afetando a natureza e modificando a tão bem
azeitada roda do tempo.
Por falar em tempo, note
que ele permite que comemoremos efusivamente as conquistas, às quais tachamos
como evolução, física, mental e intelectual; mas também que, com essa evolução
percebamos o quão frágeis nos tornamos. O quão frágeis somos, apenas um mero
ponto no universo, passível de ser varrido por qualquer intempérie com facilidade.
A fragilidade humana se
tornando exposta com o passar dos anos nos obriga a cair na real, a admitir
nossa insignificância enquanto seres ou a morrer sem saber. Quem atenta para
essa lenta decadência orgânica tende a ficar mais humilde, a aproveitar melhor
os prazeres e a conter a ansiedade e a pressa, que nos levam unicamente a chegar
ao fim mais rápido.
Essa percepção não pode
ser adquirida muito cedo, na juventude. A juventude não serve para tanta
preocupação, seria queimar etapas. A juventude serve para queimar neurônios, se
achar infalível e indestrutível. Mas, a partir de determinado período da vida é
imperioso que isso se torne claro,
porque é disso que dependem nossas melhores atitudes.
Humanos vivem e morrem
com a falsa ilusão de ter algum controle sobre alguma coisa, mas, no frigir dos
ovos, isso não acontece. Somos vítimas das circunstâncias não importa o quanto
planejamos nossas ações usando apenas a razão.
No fundo, seres humanos
são flores. Nascem, crescem, florescem, encantam, murcham e desaparecem, só que
em períodos de vida diferentes.
Quem sabe é por isso que
a fé parece ser extremamente mais eficiente do que qualquer ciência...
Marcelo Gomes Melo
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