A
hora é agora, Aurora!
A hora é agora, Aurora!
Que a noite longa não perdure nos empedernidos corações
festeiros e os temores com os terrores escondidos nos cantos por trás das
cortinas de amianto não desabrochem como lilases fúnebres nos observadores
atrás das chamas.
É agora, Aurora!
Que os paladares dos paladinos da justiça se mantenham
afiados; controladores no cinza escuro depois dos muros, milhares de zumbis
eletrônicos zumbindo alucinados, opinando, seguindo, sendo guiados, consumidos,
consumindo enquanto a noite se esvai e o dia vai surgindo...
A hora é agora, Aurora!
Vamos embora que a mudança aflora nos patamares inferiores
da vida humana, lá fora.
E os detratores, montados em seus tratores esmagarão
flores, mas serão vencidos, e nos estertores, implorarão por favores daqueles a
quem só impingiram dores, Dolores!
Agora é a hora, com juros de mora, a taturana que chora
também queima pele afora, num rastro de dor e agonia, Maria!
Lá vem o dia!
E o sol espalha magia, derretendo a fria cria do orvalho
com a folia, desvanecendo cristais de qualquer coisa farta, Marta!
A Aurora, passional e suave reage à noite permissiva,
encantando pelo oposto, iluminando naturalmente o rosto que anteriormente, à
sombra das luzes fluorescentes escondiam quem eram para encarnar novas
personalidades, estalando de novas e desprovidas de medo, cultuando o estranho
e transpirando prazeres.
Que a vida não separe o que só a morte
pôde unir. (verso de Adonais).
Marcelo Gomes Melo
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