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O mais próximo de amor eterno

 
Eles matam aos poucos. Os símbolos. Uma música que ouviram juntos por diversas vezes e se tornou um hino particular do que sentiram à época, e os fará sentir novamente a cada vez em que, desavisadamente ela tocar em suas presenças.
A lua alta em noite escura, coalhada de estrelas à volta, enquanto abraçados esqueciam que existia milhões de outras pessoas no mesmo mundo em que habitavam.
As tardes de chuva, aconchegados na cama, vendo a um filme que se tornará icônico para ambos, relembrando as carícias, os olhares e as promessas jamais vocalizados, seladas com o ar que respiravam e a lareira crepitava como testemunha.
As brigas desnecessárias e bobas que surgiam do nada e se mantinham pelo orgulho de cada um, até que o sol resplandecente os fizesse mudar de humor e esquecer o motivo fútil pela qual desperdiçaram tempo precioso se amando com urgência.
Os símbolos permanecem e matam aos poucos, com dores lancinantes para a qual não há resistência, e as lágrimas nos olhos transformam em ódio a incapacidade de compreender tanta necessidade e tão pouco poder de perdoar.
A distância não apaga o fogo fátuo que se reaviva monstruosamente. As decisões tomadas sob tal fraqueza nunca resultam em algo bom, sempre complicam o retorno ao amor de antes, criando ainda menos confiança e aumentando os motivos para que não haja perdão, que nem se imagina mais o porquê.



Continuar a caminhada sem olhar para os lados não garante esquecimento, pois cada símbolo, por menor que seja, é lembrança cruel. Uma flor, um lugar, um perfume, um verso, um diálogo travado entre risos... Provocações que geram felicidade, saudade, confrontos dolorosos em que a troca de insultos magoa eternamente, e ainda assim não oferece respostas ao que mais se quer saber, para alcançar possível libertação.
Por que razão o querer sobrevive e respira com dificuldade, como algemas inquebráveis que mantêm a paixão e não mata, mesmo que chegue bem próximo. Não há substituição que recupere o amor que parece perdido, mas nunca some. E jamais se aproxima a ponto de ser questionado.
O lago das decisões impossíveis clareia o seu cérebro ao banhar-se nele, mas não oferece respostas, apenas atiça os questionamentos mais absurdos, instigando cada vez mais a um caminho sem volta.
Fica a impressão de que até morrermos essa disputa confusa continuará. Mesmo após morrermos teremos contato em outras dimensões e o impasse continuará, entre paixão e sofrimento, calamidade e calmaria.
Seria o mais próximo de amor eterno que alguém jamais alcançará? Ou uma espécie de maldição para que a humanidade em cada um seja rememorada para sempre?
Os símbolos criados por um casal que se deseja além das palavras e dos gestos são reais, ou a ilusão perfeita para tornar a vida apimentada até o final dos tempos?
 

 
Marcelo Gomes Melo

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