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Todos os caminhos levam ao fim



O riso histérico de quem sai do claustro é de alegria ou pavor do ar livre, dos ambientes largos, dos horizontes límpidos? Só quem viveu poderá responder, e esses desacostumaram a usar a voz para se comunicar, e jamais recuperarão a fala, pois os seus pensamentos aterrorizantes bloquearam todos os instrumentos que poderiam ser usados para confissão.
Os seus dedos endurecidos e tortos me servem para segurar um talher, muito menos para escrever. Impossível até se matar com uma arma de fogo ou branca.
Um claustro é um mundo inteiro, apertado, frio e sem qualquer aconchego. Uma tortura comum, com o mínimo possível para manter alguém vivo sem qualquer esperança.
Suores gelados, pesadelos em plena luz do dia, paredes cinzentas como única fonte de visão. Nenhuma janela ou relógio que possa oferecer uma única pista do tempo. Parecido a estar em alto mar, cercado de água por todos os lados sem referência de terra firme.
O coração registra aos saltos as mudanças físicas que acontecem devido aos pensamentos. Desespero mudo correndo pelas veias, empobrecendo as ideias e impossibilitando qualquer pensamento. É como se desenvolve a claustrofobia ancestral, irremediável, capaz de enlouquecer um ser humano levando-o ao total desespero. Sentir a morte iminente através da dificuldade para respirar, o tremor incessante do corpo gelado e as visões distorcidas do que pode ser o inferno é o caminho mais certo para o suicídio.
A falta de coragem para interagir é cultivada dia após dia, o horror causados por tudo o que não seja silêncio, o exagero das cores e as falsas gentilezas são o disparo perfeito para as atitudes mais bizarras do que um ser destroçado aos poucos pode realizar, completamente inerte, sem imaginação, foco ou interesse por coisas vívidas.


Para completar a receita largue-o em local superlotado e barulhento, cercado de cores, e vozes, e sons desconhecidos. Observe-o encolher-se em total pavor no semblante e nos gestos. Encurralado, que caminho tomará? Curioso, observa e anota, fotografa e filma as reações do experimento produzido com humanos. Tranquilo, nem pensa que destruiu mais uma alma, mas que será considerado um gênio pelas descobertas importantes que ajudarão a controlar as massas.
Todos os caminhos levam ao fim da vida. Todos os estudos perpetuam a liberdade de utilizar seus próprios pares como cobaias para garantir um futuro sombrio só para os outros.
 




Marcelo Gomes Melo
 

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