O
ser humano se distingue dos outros seres vivos pela adaptabilidade. Adaptar-se
rapidamente às circunstâncias é um trunfo que os faz sobreviver em condições
desfavoráveis, tirando forças não se sabe de onde e garantindo que as situações
não os destruam ao ponto de coloca-los em extinção.
Essa
característica é ótima, um sinal da proteção divina com a qual contamos, a
resiliência inata e uma propensão fortíssima de arrancar alegria de onde não
há, em princípio.
A
distinção visível que faz parte dos indivíduos humanos, é claro, também
apresenta um outro lado da moeda, que é acreditar, às vezes cegamente no que
queremos, ao ponto de ignorarmos outras opções e lutarmos vorazmente contra as
ideias diferentes. E essa característica realmente cega.
A
forma como a população inteira é facilmente dominada e presa através da
imprensa, que informa como deseja e reproduz absurdamente mordaz as notícias
dos governantes, de acordo com a linha na qual acreditam. Não há imparcialidade
e as informações podem ser aterradoras contra determinados políticos, ou leve e
tranquilizadora em favor de outros políticos, mesmo que políticos sejam todos
iguais.
Há
um lado sempre, que deveria ser ignorado em momentos perigosos, mas não o é, e
essa atitude, também característica de seres humanos, exacerba-se, levando a
disputa a níveis mortais, com a maioria da população, crente no que estão lendo
ou ouvindo, a atitudes, ou falta delas, abjetas.
Vítimas
do que uns poucos repetem, não importa o lado, incapazes de tomar as próprias
decisões, ouvindo opiniões de “especialistas” de tudo quanto é lado e
comentários maldosos recheados de ódio incontido, garantem completa subserviência
e o apelido consagrado que recebemos enquanto massa: gado.
O
apavorante é termos nossas vidas frágeis decididas por caráteres piores do que
o nosso, seres desprezíveis por natureza, ou que se tornaram desprezíveis como
obrigação para exercer algum poder na pirâmide de pessoas. A base sempre será
destruída, rebaixada para o interior da terra até o inferno; só que essa base
logo é substituída pelos que estavam imediatamente acima na linha tênue que os
separa. Tecnicamente rebaixando o gado de cruza para o gado de corte. Os que se
encontram mais acima na cadeia alimentar precisam lutar com todas as armas para
subir na escala, e a maneira como o fazem é aliar-se aos de cima para alcançar
a ponta da pirâmide, reservada para os que decidem os destinos de todos. Não
que sejam melhores; são apenas mais cruéis, maldosos e dispostos a tudo para se
sentirem seres próximos de Deus. Com o objetivo de superá-lo, claro.
Marcelo
Gomes Melo
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