A
sensualidade é intrínseca à mulher, embora vivamos tempos em que artificializar
a ponto de tornar bizarro o que era uma qualidade acontece rotineiramente.
A
sanha de conquistar a atenção, e com ela a fama, e consequentemente dinheiro,
leva ao excesso, que se transforma tranquilamente em vulgaridade. Hoje vale
tudo para demonstrar beleza e liberalidade, enquanto ao mesmo tempo,
paradoxalmente se luta por empoderamento, o que leva à indagação: é necessário
liberdade para se submeter aos desejos machistas, modificando o corpo em nome
de padrões de beleza que satisfaçam a população masculina que paga para obter
tal satisfação?
O
sensual flui discretamente, sem agressividade e sem a percepção por parte de quem
exala essa atração inevitável. Há infindáveis maneiras de ser sensual,
portanto, a receita ditada pela mídia equivale a do homem que exibe bens
materiais como arma de conquista.
O
mundo anda confuso, o que sempre foi natural quer ser substituído por criações
artificiais, invenções genéticas que, polemicamente daria um controle quase que
divino ao ser humano, levantando a questão preocupante se essa mudança
contribui fortemente para o fim da humanidade como a conhecemos.
Socializar
em tempos de redes virtuais ficou mais raro, e o comportamento de grupos
interagindo ao vivo parece falso, com cada um tentando ostentar, ressaltar seus
pontos fortes com o intento de ganhar status, e com ele conquistar benefícios,
sejam quais forem.
É
por isso que, através dos tempos as virtudes naturais apaixonam e são cantadas
em prosa e verso, mantendo a originalidade das coisas e procurando defender o
que é nato do que é de plástico, construído falsamente, mudando a percepção e
os rumos da existência.
Apesar
dessa luta do século natural versus artificial, a sensualidade feminina
permanece nas mulheres reais, comuns, que encantam sem perceber porque não
buscam modelos para copiar, e mantém a personalidade intacta, livre das
doutrinações que investem profundamente para criar um só tipo de criatura, um
padrão nada atraente a longo prazo.
Marcelo Gomes Melo
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