A imensa vontade de destruição
Julgamentos
são feitos o tempo todo, como se fosse direito adquirido decidir as mazelas
alheias, sabendo ou não do teor verdadeiro pelos quais atravessam o dia-a-dia.
Cumpre lembrar que humanos são
julgadores em potencial, e o fazem sem o menor pudor, desencadeando tragédias e
reputações destruídas justamente pela velocidade com que impulsionam o desejo
de reprovar e repreender a quem quer que seja, com informações superficiais e
insuficientes, mesmo que tivessem o direito de fazê-lo, o que é impossível.
Decidir o rumo da vida dos que se
expõem virou atração diária nos meios sociais, assassinatos de reputação
acontecem sem nenhum cuidado, e se o erro for apontado, é feito em escala muito
menor, permanecendo a marca no indivíduo mesmo que inocente do que foi acusado.
Ninguém se importa com ninguém, vivem
em ataque e destilam hipocrisia em larga escala para satisfazerem o próprio
ego. Há algo em comum nesse tipo de gente: todos querem ir para o céu. Escondem
os seus defeitos a sete chaves e acreditam que são melhores e não devem ser
julgados da mesma forma que julgam, porque o deles são apenas deslizes, e o dos
outros pecados mortais.
O que era certo transforma-se em
errado, e o que era errado ganha tolerância com os argumentos mais odiosos e
desprezíveis que se pode imaginar.
Gente tomando atitudes com intenção de
chocar a sociedade e conseguir dividendos com isso, status e inclusive
seguidores fiéis dispostos a crer no absurdo e aceitar o bizarro, transformando
a sociedade em um imenso círculo em que se bate palma para louco dançar.
O anormal vira norma, e o comum
precisa ser exterminado. É a descida desgovernada em direção ao final dos
tempos, com malucos sorrindo e dizendo asneiras tanto quanto se respira. Não existem
regras de convivência, apenas uma imensa vontade de destruição.
Marcelo Gomes Melo
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