Segredos são segredos?
As
pessoas falam em segredos constantemente, e costumar dar a essa palavra
importância crucial para a vida em sociedade.
De segredos ingênuos como uma festa de
aniversário da qual todos sabem, menos o homenageado, a coisas que com certeza
causariam comoções em diferentes níveis caso venham à tona.
A pergunta é: isso é mesmo segredo?
Compartilhar algo com uma ou cem pessoas deixando de fora apenas a razão, o
personagem, a vítima do falatório pode ser considerado um segredo? Se quanto
mais pessoas tiverem conhecimento do fato, a tendência não é que isso se
espalhe até que chegue ao conhecimento da vítima, tornando o desfecho
insuportável e imprevisível, inclusive com término em fatalidade?
O segredo de verdade só pode ser
conhecido por apenas uma pessoa e mais ninguém. Ele jamais será contado a
outro, e jamais pensado nem em frente ao espelho. Se contado a uma segunda
pessoa deixa de ser segredo. A disposição do conhecedor do fato de levar para o
túmulo sem comentar nem consigo mesmo, insinuar ou permitir especulações por
parte de quem quer seja.
Da maneira pela qual tratam o que
chamam “segredo”, os humanos buscam de alguma maneira permitir que vazem e
aumentem a ponto de explodir com grande emoção. É a função principal do
segredo, da forma como é utilizada hoje em dia, ser descoberto.
Os segredos são contados pela
ineficiência dos homens e mulheres em
manter qualquer fato, relevante ou não, apenas para si; precisam disseminar até
que seja descoberto, como o ápice de uma novela, só que na vida real, de vez em
quando passando dos limites e causando desastres e destruição.
O segredo faz parte da necessidade que
as pessoas têm de criar fábulas de fatos simples para viver emoções artificiais
ao mesmo tempo em que bradam por atitudes transparentes e verdades acima de
qualquer coisa. Essa humanidade não é realmente inexplicável?
Marcelo Gomes Melo
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