Sobre humanos e suas falhas
O
quanto você se deixa assombrar pelos seus pensamentos? Você ousa contestá-los
ou se encolhe cheio de pudores e regras as quais nunca cumpriu quando se
tratava de algo banal, que não envolvesse questões de alto cunho moral ou
social?
Você se deixa dominar pelas normas
explícitas ou sub-reptícias determinadas pelo círculo social ao qual está
inserido, ou tem o destemor de contrariá-los discretamente, ou ostensivamente,
em nome de uma crença, qualquer crença que lhe torne senhor de seu destino,
embora também um alvo fácil aos hipócritas de plantão que sempre estão dispostos
a julgá-lo e condená-lo com provas subjetivas e incoerentes apenas porque os
assusta terrivelmente e os tira de seu ambiente mofado e confortável?
Viver uma vida regrada nos seus termos
é mais importante para você do que fingir que aceita as determinações egoístas
e rasteiras de seres medíocres que visam amarrar a todos em um calabouço
inviolável em que ninguém, incluindo eles próprios consiga evoluir em seus
próprios termos, sob a ameaça de ser banido do lugar comum, por pior que seja?
Acostumou-se a ouvir discursos
repetitivos e pífios a respeito de coisas irremediáveis, como a morte, ou algo
irrisório como um aniversário, e que não confortam nem alegram por serem
inócuos, falsos e mentirosos?
Se a respostas for sim, bem-vindo ao
clube. O ser humano incapaz de sentir real empatia ou amizade verdadeira, a não
ser em pequenos grupos. O que acontece em tragédias gigantescas é tentar
aproveitar os minutos de fama e exaltar a si mesmo e ao próprio heroísmo e
bondade. As ações serão cobradas de um jeito ou de outro, porque a intenção
sempre será lucrar com a atitude tomada.
Há
exceções. Dessas você jamais terá conhecimento, porque os agraciados esquecem e
os bondosos não fazem propaganda, preferem apagar do pensamento.
Isso se chama paz de espírito. Os
diferentes da imensa maioria, diferenciados pelas próprias atitudes de
desapego.
Marcelo Gomes Melo
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