Mais um dia comum no país dos incrédulos
Uma
bomba explode em meio aos carros em uma movimentada avenida, centro comercial
de uma grande metrópole.
Pessoas arrastam sacos de lixo para o
meio da rua e os incendeiam, multiplicando o caos, elevando-o ao infinito.
Gente lamentando, se fazendo de vítima e a imprensa, como abutres, ávidos por
transformar vilões em heróis e heróis em completos idiotas, em meio aos
alienados que batem e palmas para louco dançar.
Pessimistas prenunciam o fim de mundo
enquanto otimistas declaram revoluções vazias, perigosas como metralhadoras nas
mãos de um macaco.
Lojas são depredadas, fachadas destruídas,
carros depauperados, vidros estilhaçados e corre-corre de elementos treinados
para tocar o terror, fazendo a polícia de boba, com medo de ser criticados por
agir com força exagerada ou criticados por agir como crianças em um jardim de
infância rodando a esmo.
Videntes vendendo o seu peixe na TV e
internet, citando visões antigas que agora se cumpram e pedindo ajutório
financeiro para a aquisição de um terreno no céu.
Políticos já não conseguem enganar e
tentam desculpas bizarras, acusando o outro de ter roubado mais, como se fosse
perdoável roubar menos.
Tudo
é motivo para escassez de víveres, aumento dos preços e criação de novos
impostos. Ladrões pés rapados se espalham como baratas, acusando o Governo de
ser pior do que eles.
O que é isso, afinal? A première do
fim do mundo? Um épico de terror e drama para assustar as massas?
Não, meu amigo, isso é apenas mais um
dia comum no país dos libertinos, dos ostentadores e dos crédulos.
Marcelo Gomes Melo
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