O desatino ante a uma civilização reformulada
Há
um desarranjo social completo, um desatino das pessoas, que caminham de um lado
para outro sem convicções, sem crenças que lhes solidifiquem a alma, sem amor próprio,
sem nada. A vida cada vez mais difícil de entender, a natureza incompreendida,
o uso dos recursos à nossa volta sendo desperdiçados, a visão da morte muito
mais próxima do que qualquer traço de esperança no rosto dos viventes; não, dos
sobreviventes.
Um caos instalado de forma paradoxal,
uma confusão imensa que, se observada com um pouco mais de atenção, se
analisada sob um microscópio sensível e o mínimo de inteligência vai parecer
arquitetado. Uma loucura fabricada com intenção única de subverter os
parâmetros sociais que funcionaram por séculos, com mudanças razoáveis por
conta da evolução sob uma base de sustentação firme e indestrutível que
qualificava tais modificações.
Notou-se durante os últimos vinte,
trinta anos, forças inexpressivas tramando sub-repticiamente planos opostos aos
vigentes como viga mestra da vida humana. Esses supostos poderes antes
inexpressivos foram ganhando poder e agindo lenta mas constantemente,
enferrujando Instituições, demolindo crenças, modificando ações, diminuindo
compreensões, corroendo cérebros.
No início parecia inofensivo, e os
seres pensantes olharam de lado, arrogantemente; em seguida desmereceram e
sorriram, não admitindo que tais absurdos pudessem atingi-los, nem às suas leis,
fincadas como gestoras da civilização. Enganaram-se.
Hoje
todo o sistema está caído, derrubado pelas piranhas famintas que se multiplicam
cada vez mais e destroem cruelmente tudo o que se interpõe entre elas e o cume.
Ao atingirem o cume, a nova civilização estará em vigor.
Optaram por destruir o cérebro das
pessoas. Acabaram com a autoestima, depois idiotizaram e repartiram, colocando
o vírus da desconfiança e introduzindo castas para diferenciar seres humanos
por escolha de vida, obrigando-os a lutar entre eles com o intuito de se
manterem vivos. Como se apenas as castas mais fortes tivessem o direito de
sobreviver.
Estamos a caminho do fim das mudanças,
as pessoas acreditam e defendem valores deteriorados, agem com mais violência e
se afastam de antigas regras que os guiavam para uma existência pacífica em
comum.
Todos os valores mudados, a língua que
os possibilita comunicar-se mudada, todos os padrões depauperados e os de bom
raciocínio sendo exterminados, minguando.... Agora uma nova lei está sendo
instituída, chama-se ausência de leis, o fim dos dias sob a luz da ciência e da
religião; os maldosos desprovidos de cérebro assumiram e o que é ruim, para
eles é bom.
É incrível presenciar uma mudança tão
letal em velocidade máxima, e sem nenhuma perspectiva de conserto. Por isso uns
falam, apavorados, em final dos tempos; outros urram pela chegada dos aliens;
alguns querem matar em nome do amor; outros vendem capacidade de acreditar
descaradamente...
E os pensantes que sobraram lutam com
o que têm, mas sabem que a extinção é inexorável.
Marcelo Gomes Melo
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