Habitat das múltiplas
belezas
A
visão que se tem do espaço em que se vive é intensamente pessoal. Ainda mais
quando o espaço é amplamente povoado, uma metrópole composta por diversos tipos
de pessoas com variadas histórias de vida e culturas peculiares.
Trata-se de um amor diferente do que o amor que os nascidos
em cidades pequenas nutrem, carregam no coração; aquele apego à terra natal que
não os abandona de maneira alguma. Os nascidos em grandes cidades cultivam uma
essência nômade, um desapego típico de quem vive se movimentando e procurando
se adequar aos lugares como eles o são. Verdadeiros camaleões camuflando-se ao
concreto e relacionando-se superficialmente com o restante da população.. Nada
de tradições ou relacionamentos que se estendam além do exigido pelo ambiente
profissional. Nada de conhecimento profundo das dores e alegrias alheias, a não
ser o estresse repartido diariamente em muitos níveis.
Isso não exclui a faixa etária, não poupa os mais jovens,
pelo contrário; são eles, os mais jovens que crescem sob tal égide; desconhecem
o amor à terra, o nacionalismo e a percepção do conforto dos locais pequenos,
com gente que convive e forma grupos leais.
A visão social da vida
e do lugar no qual se vive difere de pessoa para pessoa, e o conjunto de tudo o
que se enxerga forma a metrópole em si. E esse quebra-cabeça imenso é o retrato
real da cidade. Do mundo em que vivemos.
Como formar a visão através de imagens que retratem a forma
como o habita natural é visto? Como o fazer em um minuto? Condensado
objetivamente, poeticamente, tradicionalmente? Não importa. O que importa é a
criatividade com que é realizado.
Mostrar o mundo através da lente da câmera, registrando
através da máquina o que os olhos enxergam. A beleza é subjetiva e tem diversos
rostos e modos de se manifestar. Cabe a cada um enxergar e cultuar tais belezas
eternamente.
Marcelo Gomes Melo
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