A evolução acontece
velozmente, basta percebermos quando nos permitimos uma incursão no passado
através de conversas, fotos e fatos dos quais participamos ou observamos in
loco. A isso chamamos saudosismo, e não resistimos à vontade de comparar a
época vivida com a atual, sempre com desvantagem para o momento presente. É
comum acontecer, geração após geração.
Esses momentos propiciam com clareza pontuar a evolução
ocorrida através dos anos, com citações do tempo em que automóvel era coisa de
gente rica, tal como a tevê a cores; refrigerante era chamado de gasosa e terno
e gravata a vestimenta oficial masculina para o trabalho, acompanhada de
acessórios como chapéu e guarda-chuva.
A formação clássica familiar era composta pelo marido e
pai, tido como o provedor por ser o único da casa a trabalhar fora em busca de
um salário que sustentasse a esposa, responsável pela criação dos filhos e
administração do lar, e os filhos, cuja educação era recebida desde a mais
tenra idade, assim como cuidados médicos e cultura, a qual adquiriam na escola.
Hoje há vários tipos de formação familiar; os pais
trabalham, as mães idem; não sobra tempo para o cuidado com os filhos, que
ficam à mercê da mídia e do governo para receber cuidados físicos,
psicológicos, educacionais e culturais. Há modelos de família, inclusive, em
que os filhos são os principais responsáveis por prover as necessidades básicas
da família, não importa a idade que tenham.
Pais de jogador de futebol e mães de modelos e atrizes não
hesitam em cafetinar os filhos à procura da glória, causando um desequilíbrio
social feroz, que machuca a todos indiscriminadamente.
Quem antes queria
estudar, aprender, aprimorar as habilidades naturais para o uso social, se
firmando no mercado de trabalho encontrava as maiores dificuldades por falta de
espaço, vagas e recursos tecnológicos; hoje que tais recursos sobram e
facilidades brotam de todos os lados são ignorados e desdenhados por quem
poderia utilizar de maneira correta para alavancar os próprios conhecimentos e
o status no mundo.
Os valores continuam lá, no mesmo lugar, prontos para ser
utilizados, colocados em prática; o que parece ter mudado foram as pessoas, que
andam sem estímulo, desejando facilidades em vez de conhecimento prático,
utilizável para a melhoria constante.
Mesmo assim a vida não para. O tempo parece acelerado e
benefícios surgem cada vez mais rápido, sem, no entanto, fazer a diferença para
a grande maioria do povo. Seria por que a base, primordial para consolidar o
ser humano socialmente, o alicerce formado a partir do nascimento esteja
faltando? A fraqueza moral não permite que os avanços sejam desfrutados com
coerência pela humanidade inteira?
Marcelo
Gomes Melo
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