São como mães de misses,
cafetinando os molequinhos desde o berço, incentivando, até obrigando aos “bocas
abertas” a afinarem as vozes enquanto plantam tomates ou cortam cana de açúcar
sob o sol furioso com as injustiças da vida e com a ganância de pais que usam
as crianças como única moeda de troca com o mundo para enriquecer e passar a
possuir plantações como aquelas, com a intenção de expandir a escravatura de
mais e mais jovens.
Fazer com que os filhos frequentem a escola é absolutamente
secundário, afinal as duplas que hoje em dia nadam em dinheiro e dirigem
automóveis cujos painéis em inglês são impossíveis de compreender por quem
desconhece até o básico do próprio idioma. O truque é carregar no sotaque e
fingir que estão falando errado daquela maneira por puro charme, e não por
ignorância completa, fruto de escolha própria, pois dinheiro é mais importante
do que conhecimento.
Após serem treinados desde pequenos, como passarinhos em
gaiolas de mato, curtindo o couro e derretendo os miolos, tentam a sorte com os
caça talentos do interior, que proliferam como chuchu em busca de garotos com
nomes horríveis e coragem para cantar jingles de caldo de carne e embalar o
país com versos simplórios que produzem moedas. Então, ao escolher os novos
sucessos do mato, iniciam a estrangeirização comprando jeans importados estilo
pula brejo, tão apertados que os cabelos dos garotos se arrepiam e a voz fica
ainda mais fina e esganiçada; chapéu Stetson para texanos, cinturão com fivela
do tamanho da cabeça do incauto, geralmente um cavalo ou um boi; botinas de
salto alto, couro de cobra, bico fino com ponteira de aço e liberdade para
beber energético com uísque, virando um caipirão estrangeiro falso, visual
totalmente diferente do verdadeiro capiau do Brasil.
Realizadas tais ações,
vendem sem dor de consciência ao resto do país algo que nada tem a ver com a
cultura interiorana brasileira. Trata-se apenas de imitação barata e irrisória
da cultura alheia diluída para facilitar a aceitação e render dividendos.
Os pais ficam orgulhosos por terem vendido os próprios
filhos e apregoam a si mesmos como salvadores da pátria. As mães de misses
perderam terreno, visto que hoje há inúmeras outras maneiras de se negociar as
filhas, investindo inclusive em acessórios internos para o corpo, como silicone
e treinamento intensivo em exposição da vida íntima e pessoal.
A real canção de raiz brasileira, Cantada no interior,
valorizando a verdadeira cultura nacional restringe-se aos confins, nos
serviços de alto falante, escondidos das grandes metrópoles que desaprendem a
destacar o que lhe pertence em nome de consumir lixo comercial e industrial
realizados por inocentes que não sabem de nada.
Marcelo
Gomes Melo
Fico agradecido pela partilha que eu particularmente gostei de vir conferir tal artigo aqui editado, valeu!
ResponderExcluirAgradeço a gentileza, Charles! Valeu!
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